Psicologia do Camaleão

“ Devido ao transtorno da pandemia do covid-19, este blog está temporariamente sem atualização. Mas com certeza em breve retomarei. Obrigado a todos.

terça-feira, 24 de março de 2020

Documentário Comportamento Humano nas Organizações

Documentário de ANTUNES, R. Sobre o livro “O
privilégio da servidão”. São Paulo: Boitempo, 2018.
para redigir resenha
crítica.


O NOVO PROLETARIADO DA ERA DIGITAL | Parte 2 

CRISE DO SINDICALISMO | Parte 3 

CRISE E CONTRARREVOLUÇÃO NO BRASIL HOJE | Parte 4

  SOCIALISMO NO SÉCULO XXI | Parte 5

"Fascismo e ditadura são ameaças reais no Brasil hoje"


Intitulado "O privilégio da servidão", leva a cabo uma leitura comentada de seu livro mais recente sobre o novo proletariado de serviços na era digital.

O novo livro do sociólogo e professor da Unicamp Ricardo Antunes apresenta um retrato detalhado da classe trabalhadora hoje, em suas principais tendências. O estudo apresenta uma análise detalhada das mudanças trabalhistas que ocorreram na história recente do país, desde a redemocratização até o impeachment de Dilma Rousseff, e seu eixo está em compreender a explosão do novo proletariado de serviços, que se desenvolve com o trabalho digital, on-line e intermitente. Antunes demonstra como estão se manifestando essas tendências tanto nos países da Europa quanto no Brasil, apresentando elementos presentes na nova morfologia do trabalho. Os adoecimentos, padecimentos, precarizações, terceirizações, desregulamentações e assédios parecem tornar-se mais a regra do que a exceção.

Documentário Psicologia Comunitária

Documentário “De profundis”:




Conta a história de uma comunidade que deslocados para um novo local após a inundação da antiga cidade, devido à construção de uma hidrelétrica, os moradores de Itacuruba (PE), a 500 km de Recife, apresentam um índice de suicídios dez vezes maior do que a média nacional. A cineasta e psicanalista Isabela Cribari registrou suas vozes e um retrato das dores reprimidas. A raiz dos problemas dos moradores do município está no atropelo dos direitos das famílias de agricultores da região por parte da usina hidrelétrica instalada na região na década de 1980. A instalação teria causado uma inundação na cidade, deixando as terras  impróprias para o cultivo agrícola e fazendo desaparecer casas, ruas e praças. As famílias atingidas não receberam nenhum tipo de indenização até os dias de hoje.

domingo, 22 de março de 2020

MODULO 4 - TEORIAS DE INTELIGÊNCIA: FLUIDA E CRISTALINA

Matéria Np1

TEORIAS DE INTELIGÊNCIA: FLUIDA E CRISTALINA
Em continuidade ao tema Teorias de Inteligência, este módulo abordará o conceito de Inteligência Fluida e Cristalizada. Antes de começar a responder os exercícios é importante ler cuidadosamente o artigo de referência, SCHELINI, P. W. Teoria das inteligências fluida e cristalizada: início e evolução. Estud. psicol. (Natal) Natal, v.11, n.3,  2006. 
Este conceito inicia com a teoria bi-fatorial de Spearman passa pela teoria multifatorial de Thurstone até chegar a Cattell em 1942 e a Horn, anos mais tarde, que designou os fatores gerais por inteligência fluida (Gf) e cristalina (Gc). A primeira está associada aos componentes não verbais, pouco à cultura e mais à genética. A segunda, ao contrário da anterior, é desenvolvida por experiências educacionais e culturais, presente na maioria das atividades escolares. Em 1965 Horn expandiu o conceito do sistema (Gf)-(Gc) acrescentando inicialmente quatro capacidades cognitivas e com o passar dos anos mais seis totalizando dez capacidades cognitivas, duas básicas e oito primárias. Abaixo você encontrará um exercício que poderá ajuda-lo.
A professora de Fernanda solicitou ao psicólogo da escola que fizesse uma avaliação da inteligência da criança. Após essa avaliação, a psicóloga conclui que ela apresenta (I) boa capacidade de formação de conceitos abstratos; (II) boa capacidade discriminativa de padrões sonoros; (III) pouco conhecimento em vocabulário e sinônimos e (IV) dificuldade em manter a atenção e realizar rapidamente tarefas simples. De acordo com a teoria dos dez fatores CHC a correspondência correta entre descrição e fator do estrato é respectivamente:
a)        (I) Inteligência cristalizada; (II) memória de curto prazo, (III) processamento visual, (IV) processamento auditivo.
b)        (I) Conhecimento quantitativo, (II) capacidade, armazenamento e recuperação da memória de longo prazo, (III) memória de curto prazo, (IV) inteligência fluida.
c)         (I) Inteligência fluida; (II) processamento auditivo; (III) Inteligência cristalizada; (IV) velocidade de processamento.
d)        (I) Inteligência fluida, (II) capacidade, armazenamento e recuperação da memória de longo prazo, (III) conhecimento quantitativo, (IV) inteligência cristalizada.
e)        (I) Conhecimento quantitativo, (II) velocidade de processamento, (III) inteligência cristalizada, (IV) processamento auditivo.
A afirmativa correta é a letra (c). Formar conceitos abstratos é uma forma de resolver problemas, depende minimamente de conhecimentos adquiridos previamente, típico da inteligência fluída (Gf). A capacidade para discriminar padrões sonoros relaciona-se ao processamento auditivo (Ga). Vocabulário e sinônimos pobres indicam que o sujeito não está conseguindo aplicar conhecimentos aprendidos. As experiências de aprendizagem não estão sendo fixadas adequadamente ou estão falhas por alguma outra razão (Gc). A dificuldade em manter atenção e realizar tarefas rapidamente refere-se à velocidade de processamento (Gs).
A compreensão do sistema (Gf)-(Gs), com o passar do tempo, foi revisto por outros estudiosos e possibilitou novas leituras científicas. Uma delas é a teoria das três camadas de John Carroll que dispõe a inteligência em três estratos. O primeiro formado por capacidades específicas, a segunda camada, por capacidades amplas ou gerais e a terceira a uma única capacidade geral.
Os padrões de integração dos modelos de Carrol e Horn-Cattell deram origem ao modelo Cattell-Horn-Carroll (CHC) que decompõe os conceitos clássicos criando a possibilidade de elaborar instrumentos de medida mais precisos em seus resultados. Tente responder o seguinte exemplo:
De acordo com Wechsler (1991) os comparar os subtestes do WISC-III com a teoria CHC é possível constatar que:
a)    Os subtestes vocabulário e informação são medidas de fatores específicos da inteligência fluída.
b)    O subteste compreensão é medida de fatores específicos da inteligência cristalizada.
c)    O subteste aritmética é medida de fator específico do processamento auditivo.
d)    Os subtestes procurar símbolos e códigos são medidas de memória de curto prazo.
e)    Os subtestes arranjo de figuras, armar objetos e cubos são medidas de velocidade de processamento.
A alternativa (b) está correta e todas as outras incorretas. Os subtestes citados na letra (a) correspondem à inteligência cristalizada. Na letra (c) o subteste aritmética é uma medida de conhecimento quantitativo. Os subtestes procurar símbolos e códigos (alternativa ‘d’) são medidas de velocidade de processamento e não de memória de curto prazo. Por último a letra (e) não corresponde a realidade, pois são medidas de processamento visual.
Orientamos ainda que você faça a leitura complementar - PRIMI, Ricardo. Inteligência: avanços nos modelos teóricos e nos instrumentos de medida. Aval. psicol.,  Porto Alegre,  v. 2,  n. 1, jun.  2003., pois ela ajudará a compreender que apesar das críticas à respeito dos testes de inteligência, nos últimos anos eles têm evoluído muito e estão cada vez mais sofisticados.

MODULO 3 - TEORIAS DE INTELIGÊNCIA: CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS

Matéria Np1
Este módulo será o primeiro de três a tratar das Teorias de Inteligência. Este centralizará sua atenção no conceito de Inteligência como capacidade cognitiva, a fim de, estabelecer algumas considerações críticas iniciais. O capítulo de ALMEIDA, L. S.; PRIMI, R., Considerações em torno da medida da inteligência, em: PASQUALI, L. e cols., Instrumentação Psicológica: fundamentos e práticas. Artmed. 2010. p.386-410 iniciará com um breve relato sobre a polêmica em torno da definição e em torno da medida de inteligência. Salienta as críticas sobre a descrição fatoralista da inteligência, que eram descritas a partir de seu desempenho e não de sua essência, bem como, da psicologia cognitiva, que apesar dos experimentos não conseguiu uniformidade de posições. Contudo, apesar das considerações é importante conceituar pelo menos duas abordagens da inteligência: como uma entidade simples e como uma entidade integradora de funções. A inteligência geral tem sido avaliada por tarefas que envolvem compreensão, raciocínio e resolução de problemas. Em outras palavras, predominam funções cognitivas mais complexas que simples. Estudos cognitivistas mais recentes reforçam a importância dos componentes relacionais e inferenciais na descrição do exercício da inteligência, ou seja, a predominância de funções complexas. Com isto, decorrem várias classificações dos testes de inteligência, porém, aqui serão agrupados em testes de inteligência de aplicação coletiva e de aplicação individual. Abaixo um exemplo de questão que encontrará durante seu estudo.
Muitas são as críticas aos instrumentos de avaliação de inteligência. Estas parecem estar propiciando a diminuição no uso da palavra “inteligência”. Em seu lugar têm surgido outras como “cognição” e “competências de realização.” Contudo, este desinteresse pelo estudo da inteligência não atribui a ela uma importância menor. Por esta razão é possível afirmar que:
a)    Nos casos de atraso no desenvolvimento da aprendizagem escolar, os testes de inteligência podem ser substituídos por observações e escalas respondidas pelo professor.
b)    Nos dias atuais a avaliação das aptidões cognitivas é um dos domínios da psicologia que não tem muita aplicação. Estão dando lugar a análise da ‘performance’ no caso de adultos.
c)    Os testes de inteligência não perderam sua pertinência. Uma das comprovações desta afirmação é o resultado da pesquisa feita em 44 países de que o teste mais usado é o WISC.
d)    Estudos de revisão salientam que em situação de trabalho, a medida cognitiva tem menor capacidade preditiva de desempenho profissional.
e)    Nosso desinteresse no estudo da inteligência refere-se à concepção de inteligência como uma estrutura de aptidões diferenciadas, ou seja, organizadas hierarquicamente.
Para esta questão a resposta correta é a letra (c). As novas concepções e conhecimentos sobre dificuldades de aprendizagem não permitem a substituição da avaliação de inteligência. É possível complementar com outros recursos. Quanto à avaliação das aptidões cognitivas este é um dos domínios da psicologia que tem muita aplicação tanto em crianças quanto em adultos. As pesquisas apontam que a melhor capacidade preditiva de desempenho profissional é a medida cognitiva. A concepção de inteligência como uma estrutura de aptidões diferenciadas tem sido razão de vários estudos sobre a inteligência.
A controvérsia existente sobre os testes de inteligência ficaram particularmente mais intensos nos períodos de grande uso, como no pós-guerra e na década de 60 quando os EUA investiu recurso maciço na educação. Múltiplos argumentos foram usados, em especial, o baixo valor científico e a falta de neutralidade social. É difícil assegurar que se está avaliando algo cuja definição não é perfeitamente clara. A busca de estandardização e objetividade parecem não assegurar o que se está avaliando. De acordo com os autores do texto referenciado, o “artificialismo” nas situações apresentadas e na execução impedem que os examinandos expressem suas reais capacidades. Uma proposta para realizar uma avaliação mais abrangente da inteligência é o programa SOMPA (system of multicultural pluralistic assessment) que integra informações da escala Wechsler com outras obtidas por meio de entrevistas, avaliação sensório-motora e inventário de comportamentos. Por último, este módulo se centrará nas possibilidades de investigação advindas de alterações previsíveis na avaliação da inteligência.
De acordo com Almeida (2010) algumas alterações na avaliação de inteligência são previsíveis. Qual das afirmações abaixo se refere a essas possibilidades:
I) Decompor conceitos clássicos de inteligência nos seus elementos processuais mais básicos.
II) Valorização progressiva das capacidades e aspectos cognitivos ligados a aprendizagem em detrimento da aptidão mental.
III) Valorização progressiva da aptidão mental em detrimento das capacidades e aspectos cognitivos ligados à aprendizagem.
IV) Integrar conceitos de inteligência como aptidão verbal, quociente de inteligência e raciocínio.
V) desenvolvimentos teóricos operados no campo dos estudos do processamento da informação.
a)    As afirmativas (I), (II) e (V) são verdadeiras.
b)    As afirmativas (I), (III) e (IV) são falsas.
c)    As afirmativas (II), (III) e (IV) são verdadeiras.
d)    As afirmativas (II), (IV) e (V) são falsas.
e)    As afirmativas (III), (IV) e (V) são verdadeiras.
A alternativa correta é a letra (a), pois as afirmativas (I), (II) e (V) estão corretas. A afirmativa (III) está incorreta porque o que se pretende é que a avaliação de aptidão mental e intelectual pura decresça rapidamente no campo dos estudos sobre problemas de aprendizagem. A afirmativa (IV) dada à valorização da decomposição dos conceitos citados está incorreta
Complementarmente a estas reflexões é importante ler também o texto de PASQUALI, L., Inteligência: Um conceito equívoco. em PRIMI, R. (org) Temas em Avaliação Psicológica. Campinas. Ibap. 2002. Cap.7.

sexta-feira, 20 de março de 2020

A Psicologia e a crise do Coronavírus


A presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes, conversa com a categoria sobre a pandemia do Coronavírus e as ações que o CFP vem tomando nesta crise. O Conselho Federal de Psicologia é uma autarquia federal que orienta, fiscaliza e disciplina a profissão de psicólogo. Zela por princípios éticos e age pelo desenvolvimento da Psicologia, ciência e profissão.

MODULO 2 - PASSOS DO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO

Conteúdo Np1

Neste módulo, você encontrará exercícios que o auxiliarão a esclarecer dúvidas ou fixar melhor os Passos do Processo Psicodiagnóstico. Por ser um processo científico, pode-se dizer que o processo psicodiagnóstico parte da formulação de uma série de perguntas, para as quais pensamos em respostas prováveis, ou seja, hipóteses. Ao longo deste processo, estas hipóteses, que ocorrem após a(s) entrevista(s) inicial(ais), poderão ou não se confirmar. O passo seguinte será o contrato de trabalho, quando o psicólogo formalizará com o cliente ou o responsável os termos em que o psicodiagnóstico ocorrerá, definindo papéis, obrigações, direitos e responsabilidades.

O sigilo é um dos pontos fundamentais de um processo psicológico.
Leia as frases a seguir e assinale a correta:

a)    Os resultados quantificados na avaliação de uma criança deverão ser apresentados a seus pais e familiares, os únicos que poderão obter os escores a fim de garantir o sigilo.
b)   Ao enviar o laudo a um colega, também psicólogo, que solicitou a avaliação, não se deve revelar os escores obtidos pela criança, ainda que solicitado por ele.
c)    Ao final de uma resposta errada dada pelo sujeito, o psicólogo deverá orientá-lo a conversar com seu professor sobre o erro a fim de que esse possa auxiliá-lo em seu aprendizado.
d) O laudo psicológico deve conter todos os escores e percentis para que as informações sejam úteis para os demais profissionais.
e)    O resultado de um teste realizado por alguém que, antecipadamente, conhece seu conteúdo não terá validade.

As alternativas (a), (b), (c) e (d) estão erradas.  No primeiro caso, os resultados quantitativos não devem ser apresentados a um leigo, mesmo que sejam os pais. No segundo, o psicólogo que solicitou a avaliação pode ter conhecimento dos resultados. Dados de avaliação, ainda que relacionados a um erro de aprendizagem formal, não devem ser revelados. Por isto, a afirmativa (c) está errada. A letra (d) não condiz com o que determina a ética profissional. Os escores e percentis não devem constar dos relatórios ou laudos.


A partir do momento em que o contrato é acordado, o psicólogo planejará a avaliação, ou seja, traduzirá as hipóteses iniciais em instrumentos especialmente selecionados a esse sujeito, que fornecerão subsídios ao psicólogo para responder as questões feitas no início deste processo. Os testes psicológicos podem ou não fazer parte do processo, momento em que os testes de inteligência podem ser utilizados. No entanto, quando compuserem a avaliação, estes testes deverão estar de acordo com as determinações do CFP e sua aplicação seguir os rigores determinados no manual de cada instrumento. Vale ressaltar que um bom rapport é fundamental para a aplicação de qualquer teste. Ao final de toda a aplicação de testes, os mesmos deverão ser analisados, interpretados e integrados ao restante das informações obtidas ao longo das sessões, momento em que o psicólogo fará algumas inferências (processo que vincula o input ao output) que lhe possibilitarão chegar a alguma conclusão - ao diagnóstico e ao prognóstico. É da responsabilidade do psicólogo construir relatórios e laudos de fácil compreensão e de acordo com as determinações do Conselho Federal de Psicologia. O último passo do processo psicodiagnóstico é a comunicação dos dados ao cliente, seu responsável e a quem solicitou.  Estes passos poderão ser melhor estudados em,  CUNHA, J. A. e cols.,   Psicodiagnóstico – V. 5ª ed. Porto Alegre.  Artes Médicas do Sul.  2000. p.105-138.

Os testes psicológicos são componentes chaves durante o processo de avaliação psicológica. Com relação à utilização de testes no processo psicodiagnóstico, deve-se:
a)  Evitar incluir na bateria de testes aqueles que mobilizam condutas ligadas ao sintoma.
b)    Organizar uma bateria com vários testes, evitando, assim, deixar-se influenciar pelos dados da entrevista.
c) Incluir o mínimo de testes, se possível evitá-los, visto que despertam muita ansiedade.
d)   Planejar os testes psicológicos que poderão ser utilizados durante o estabelecimento do plano de avaliação.
e)    Organizar uma sequência de aplicação considerando os dados obtidos na entrevista de triagem, iniciando, em geral, pelos testes incluídos na bateria.

A alternativa correta é a letra (d). A afirmativa (a) está incorreta porque os instrumentos de avaliação devem ser escolhidos para pesquisar suas hipóteses. Estas hipóteses relacionam-se às dificuldades apresentadas pelo sujeito. A afirmação da letra (b) não está certa, dado que a escolha não se refere ao distanciamento profissional. O psicólogo não deve estar preocupado com quantidade de testes a serem usados, mas sim com o objetivo da escolha de um e/ou outro instrumento, por esta razão a letra (c) está errada. A afirmativa (e) está incorreta porque, antes de pensar em aplicar testes, é necessário estabelecer um bom rapport.

Complementarmente aos passos do psicodiagnóstico, também é interessante estabelecer um contraponto entre o psicodiagnóstico tradicional e o psicodiagnóstico interventivo. A leitura crítica do artigo, BARBIERI, V.,  Psicodiagnóstico Tradicional e Interventivo: Confronto de Paradigmas? Psicologia: Teoria e Pesquisa Jul-Set 2010Vol. 26 n. 3, pp. 505-513. http://www.revistaptp.unb.br/index.php/ptp/article/view/538/108, permitirá examinar os paradigmas quantitativo e qualitativo de investigação psicológica e seus fundamentos epistemológicos e metodológicos.

MODULO 1: FUNDAMENTOS DO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO

Conteúdo Np1

O psicodiagnóstico é um processo com propósito clínico que visa à identificação das forças e fraquezas do funcionamento psicológico do sujeito que se submete a ele. Um de seus objetivos é identificar ou não a presença de alterações psicopatológicas, os limites da variabilidade normal. A psicometria surge na história do processo psicodiagnóstico como uma forma de garantir a cientificidade deste. Também foram muito importantes para o desenvolvimento do psicodiagnóstico os estudos de Kraepelin, com a classificação das doenças mentais, e de Freud, com sua compreensão dinâmica do funcionamento psíquico, ambos diferenciando estados neuróticos de psicóticos. Logo em seguida, surgem os testes projetivos, primeiro com Rorschach, depois com o TAT, em seguida com Szondi, MMPI, entre outros. Atualmente, há uma ênfase no uso de instrumentos mais objetivos, como WISC, WAIS e RAVEN e avaliações computadorizadas, que têm oferecido novas estratégias ao psicólogo que trabalha com psicodiagnóstico. No entanto, não bastam instrumentos modernos para realizar um bom psicodiagnóstico. De acordo com Jurema Cunha (2000), é importante que o psicólogo avalie quem é o público que procura este serviço e qual sua demanda, para não correr o risco de deixar de responder a solicitação inicial do cliente. Como é possível verificar, são muitos os aspectos a serem considerados antes de iniciar um psicodiagnóstico. Antes de fazermos algumas considerações sobre eles, vocês têm a seguir um exemplo de exercício sobre estas reflexões e considerações. Lembre-se, é importante que inicie lendo o capítulo 2 do livro de CUNHA, J A e cols. Psicodiagnóstico V.  Porto Alegre. Artmed. 2000.,  antes de tentar resolver os exercícios deste módulo..

As afirmações abaixo abordam alguns dos aspectos conceituais do processo psicodiagnóstico. Leia cada uma das afirmações, analise se são verdadeiras ou falsas e depois assinale, entre as alternativas apresentadas, a que está correta.
I)         Avaliação psicológica corresponde ao uso de testes psicológicos.
II)       Com a avaliação psicológica, pretende-se conhecer o perfil psicológico de uma pessoa para tomar decisões a seu respeito.
III)      A avaliação científica difere da avaliação cotidiana, realizada em consultório, por utilizar técnicas diferentes, entre elas os testes.
IV)     Avaliação psicológica é um processo de investigação, que utiliza teorias e técnicas psicológicas.
V)      Psicólogos e pedagogos com especialização em psicopedagogia podem utilizar testes psicológicos

a)    As afirmativas (I), (II) e (III) são verdadeiras.
b)    As afirmativas (I), (III) e (V) são falsas.
c)    As afirmativas (II), (III) e (IV) são verdadeiras.
d)    As afirmativas (II), (IV) e (V) são falsas.
e)    As afirmativas (III), (IV) e (V) são verdadeiras.

A alternativa correta para esta questão é a letra (b), pois só são verdadeiras as afirmativas (II) e (IV). A (I) está incorreta porque o uso de testes psicológicos não é uma condição para realizar uma avaliação psicológica. É possível submeter alguém a um psicodiagnóstico sem usar testes. A (III) está incorreta porque a avaliação realizada em consultório usa técnicas que são testadas e aprovadas cientificamente. Também está incorreta a afirmativa (V): só pode utilizar testes psicológicos o profissional graduado em Psicologia.

A fim de dar seguimento a estas considerações, por meio deste módulo, você poderá realizar uma revisão e verificação de seus conhecimentos sobre a caracterização do processo: definição, objetivos, responsabilidades, além da operacionalização do processo psicodiagnóstico.  Quanto à definição, é importante ter clareza sobre o significado de cada palavra ou frase que a constitui. De acordo com Jurema Cunha (2010) “Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos quais são propostas soluções, se for o caso.”
Vale saber que o processo psicodiagnóstico pode ter um ou mais objetivos dependendo da solicitação, demanda e hipóteses formuladas inicialmente. O exercício que vem a seguir ilustra as questões que poderá encontrar sobre estes assuntos, durante a realização dos exercícios deste módulo.

O processo psicodiagnóstico pode ter vários objetivos que variam dependendo da complexidade das questões propostas. Assinale a afirmativa que relaciona corretamente o principal objetivo de uma avaliação psicológica clínica e sua especificação:

a)    A classificação simples compara a amostra do comportamento do examinando com resultados da população em geral.
b)    A descrição testa hipóteses iniciais utilizando critérios diagnósticos como os da CID-10.
c)    O diagnóstico diferencial determina o nível de funcionamento da personalidade e os relaciona com bases teóricas.
d)    O prognóstico procura identificar precocemente os problemas e riscos para enfrentar situações novas e estressantes.
e)    A classificação nosológica visa, principalmente, determinar o provável curso da problemática do examinando.

A alternativa correta a esta questão corresponde a letra (a). A avaliação psicológica que visa uma classificação simples compara os resultados do examinando ao de outros sujeitos com condições demográficas equivalentes. Todas as outras alternativas estão incorretas porque suas especificações não são verdadeiras. A especificação da afirmativa (b) corresponde à classificação nosológica; a (c) retrata as especificações do entendimento dinâmico; a (d)  se refere à prevenção e a alternativa (e) ao diagnóstico diferencial.

A leitura complementar indicada possibilitará uma breve revisão histórica da psicometria, especialmente relacionada ao conceito de inteligência. Apesar de o tema principal deste módulo ser o processo psicodiagnóstico, o desenvolvimento histórico do conceito de inteligência confunde-se um pouco com o desenvolvimento histórico do psicodiagnóstico. Por esta razão, vale revisá-lo. Para tanto leia ALMEIDA, L.; GUISANDE, A.; PRIMI, R., E FERREIRA, A., Construto e medida da inteligência: contributos da abordagem fatorial em  PRIMI, R; ALMEIDA, LS; CANDEIAS, A; ROAZZI, A., Inteligência: Definição e medida na confluência de múltiplas concepções. São Paulo. Casa do Psicólogo. 2008. Cap.2

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