Psicologia do Camaleão

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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Processos Psicossociais da Desigualdade Social: Exclusão e Sofrimento Social

Leitura obrigatória:
JODELET, D. Os Processos Psicossociais da Exclusão. In: SAWAIA, B. (org.) As Artimanhas da Exclusão. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 53-66.

Leituras para aprofundamento:
(a) SAWAIA, B. Sofrimento ético-político. In: SAWAIA, B. (Org.) As artimanhas da exclusão. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 97-118.
(b) GUARESCHI, P. A. Pressupostos psicossociais da exclusão. In: Petrópolis: Vozes, 1999, p. 141-156.
(c) CARVALHO, JEC. Violência e sofrimento social: a resistência feminina na obra de Veena Das. Saúde Soc 2008 v.17, n.3, p.9-18

Grupos e Processo Grupais

É importante considerar que a ideia de grupo dá conta de uma variedade importante de conjuntos. Se ela se presta à caracterização da identidade profissional (o grupo de psicólogos, por exemplo) também estará presente quando falamos de pequenos grupos, quando os indivíduos estão face à face, envolvidos em uma prática social determinada, como numa empresa (os funcionários da empresa X), na escola (os alunos ou os professores), ou em uma ação de saúde (os profissionais de saúde). 
Uma forma de tentar classificar os grupos, assim, é tomá-los a partir de alguns elementos básicos. Um grupo pode ser considerado a partir dos seus objetivos compartilhados, da quantidade de pessoas que o compõe, da maneira como está organizado, do contato entre seus participantes e do vínculo estabelecido entre eles. Mais ainda, e aqui o quinto elemento, estará no seu reconhecimento social

LANE, S.T.M. O Processo Grupal. In: Lane, S.T.M.; Codo, W. (Orgs.) Psicologia social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 1997, p.78-98.


Processos grupais



A identidade historicamente construída tem como um de seus elementos mais importantes a ligação a grupos sociais. Vale aqui indicar o entendimento de Silvia Lane (2006) sobre os grupos, para os quais ela reivindica a mesma preocupação sobre a importância da história na sua instituição. As concepções tradicionais sobre os grupos usualmente os caracterizam como um conjunto de pessoas que compartilham um objetivo comum grupo. Mas numa perspectiva social crítica seria melhor definir o Processo Grupal, em função da sua inevitável sujeição à passagem do tempo e à inserção social.
Lane insiste em tratar o grupo como processo ao caracterizá-lo como uma unidade que não se faz como permanente, que se constitui fundamentalmente de pessoas e relações, e que está inserida num determinado contexto histórico e social. Ora, tudo isto que irá compor a concepção e a materialidade dos grupos é sujeito da passagem do tempo, isto é, muda, transforma-se, por conta desta passagem. É por isto que se poderá, assim, falar em processo, porque o grupo só existe, sendo, ele não é coisa que possa ser abstraída de sua condição histórica.

Representações sociais: objetivação e ancoragem


A objetivação é o processo pelo qual se tenta reabsorver um excesso de significações, materializando-as. A quantidade de significantes e indícios que um determinado grupo utiliza pode se tornar de tal maneira abundante que os sujeitos, frente a esta situação, procuram combatê-la tentando ligar as palavras a coisas. Aqui Moscovici entende estar a dimensão imagética da Representação Social e que tem importância direta na sua disseminação. É possível reconhecer este movimento, por exemplo, ao falar da representação da psicanálise. Ainda que se trate de campo complexo e que suponha uma difícil assimilação, não podemos deixar de lembrar de Freud, das práticas terapêuticas e do sofrimento mental cada vez que nos depararmos como um simples divã.
A ancoragem é o outro lado da moeda em relação à objetivação. A ancoragem ajusta o objeto representado à realidade da qual ele foi sacado, promovendo a constituição de uma rede de significações em torno do objeto e orientando as conexões entre ele e o meio social. Assim, o objeto, via representação social, passa a ser um instrumento auxiliar para a interpretação da realidade. Aqui pode se verificar a dimensão conceitual e linguageira da Representação Social. Para não irmos muito longe, podemos recorrer novamente à Psicanálise como exemplo. É possível verificar o processo de ancoragem na associação que podemos fazer entre a prática religiosa católica da confissão e a psicanálise: ambas ocorrendo num espaço reservado, com garantia de sigilo, possibilidade de se tratar de questões íntimas que o sujeito não traria para o espaço público. A prática psicanalítica enquanto conceito viria se ancorar, assim, no conceito já conhecido de confissão.

Leitura obrigatória
SÁ, C.P. Representações sociais: o conceito e o estado atual da teoria. In SPINK, M.J. (Org.) A Psicologia no Cotidiano. São Paulo: Brasiliense, 1995. , p. 19-45.

Representações sociais: histórico e conceito



Quais as relações entre o pensamento científico e o senso comum? Na tentativa de buscar uma resposta para esta questão num contexto de grande debate sobre a relevância do pensamento científico no pós-guerra e de como este pensamento era assimilado – e transformado – pelas “pessoas comuns”, o francês Serge Moscovici propõe o conceito de Representações Sociais, apresentado pela primeira vez no trabalho “As representações sociais da psicanálise”, em 1961. Tendo como ponto de partida a idéia de Representações Coletivas, antes proposta pelo sociólogo francês Emile Durkheim, Moscovici subverte a concepção durkheimiana e indica que a representação dos objetos e teorias sobre os quais as sociedades humanas têm interesse são (re)construídos por essas sociedades num processo contínuo apoiado, fundamentalmente, nas relações entre as pessoas e os grupos sociais.

Leitura obrigatória
SÁ, C.P. Representações sociais: o conceito e o estado atual da teoria. In SPINK, M.J. (Org.) A Psicologia no Cotidiano. São Paulo: Brasiliense, 1995. , p. 19-45.

Mantenha o Foco


Todos nós temos metas e fazemos planos, mas para alcançarmos aquilo que sonhamos, é necessário manter sempre o foco. 


Mantenha-se concentrado naquilo que deseja para que os resultados venham. 

Em Escola Municipal Paulo Freire. Embu das artes.

Atitude desde o Inicio


Embora para nós seja óbvio, para as crianças nem sempre é fácil interpretar as emoções, muito menos as dos outros.







Com essa pequena apresentação no colégio do meu filho, com atividades simples eu pude ensiná-las a identificar o que está acontecendo em suas cabeças. Um pouco do comportamento humano. 

CIAMPA. A. C. Identidade - TEMAS EM PSICOLOGIA SOCIAL


Esta ideia de identidade, que provém do senso comum, contém o princípio da permanência, da essência, de algo que pretendemos cultivar como próprio de quem somos: sempre os mesmos. Neste caso, a identidade é um objeto, que podemos “ter”, que pode ser “nosso”. Ora, sob o entendimento proposto por uma Psicologia Social crítica, esta concepção de permanência associada à existência de um sujeito será duramente desafiada. Numa perspectiva histórico-social, como vimos antes, os sujeitos não só são resultado daquilo que os antecedeu, das condições concretas, simbólico-imaginárias, que vieram se constituindo socialmente, mas é também, ele próprio, sujeito às mudanças e transformações que se realizam a cada momento. Desta forma, embora pareça assustador, pode-se dizer que ao invés de você e eu sermos ‘alguém’, de fato, nós estamos sendo, isto é, estamos em constante transformação, numa contínua metamorfose.

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