Psicologia do Camaleão

“ Devido ao transtorno da pandemia do covid-19, este blog está temporariamente sem atualização. Mas com certeza em breve retomarei. Obrigado a todos.

sexta-feira, 20 de março de 2020

MODULO 2 - PASSOS DO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO

Conteúdo Np1

Neste módulo, você encontrará exercícios que o auxiliarão a esclarecer dúvidas ou fixar melhor os Passos do Processo Psicodiagnóstico. Por ser um processo científico, pode-se dizer que o processo psicodiagnóstico parte da formulação de uma série de perguntas, para as quais pensamos em respostas prováveis, ou seja, hipóteses. Ao longo deste processo, estas hipóteses, que ocorrem após a(s) entrevista(s) inicial(ais), poderão ou não se confirmar. O passo seguinte será o contrato de trabalho, quando o psicólogo formalizará com o cliente ou o responsável os termos em que o psicodiagnóstico ocorrerá, definindo papéis, obrigações, direitos e responsabilidades.

O sigilo é um dos pontos fundamentais de um processo psicológico.
Leia as frases a seguir e assinale a correta:

a)    Os resultados quantificados na avaliação de uma criança deverão ser apresentados a seus pais e familiares, os únicos que poderão obter os escores a fim de garantir o sigilo.
b)   Ao enviar o laudo a um colega, também psicólogo, que solicitou a avaliação, não se deve revelar os escores obtidos pela criança, ainda que solicitado por ele.
c)    Ao final de uma resposta errada dada pelo sujeito, o psicólogo deverá orientá-lo a conversar com seu professor sobre o erro a fim de que esse possa auxiliá-lo em seu aprendizado.
d) O laudo psicológico deve conter todos os escores e percentis para que as informações sejam úteis para os demais profissionais.
e)    O resultado de um teste realizado por alguém que, antecipadamente, conhece seu conteúdo não terá validade.

As alternativas (a), (b), (c) e (d) estão erradas.  No primeiro caso, os resultados quantitativos não devem ser apresentados a um leigo, mesmo que sejam os pais. No segundo, o psicólogo que solicitou a avaliação pode ter conhecimento dos resultados. Dados de avaliação, ainda que relacionados a um erro de aprendizagem formal, não devem ser revelados. Por isto, a afirmativa (c) está errada. A letra (d) não condiz com o que determina a ética profissional. Os escores e percentis não devem constar dos relatórios ou laudos.


A partir do momento em que o contrato é acordado, o psicólogo planejará a avaliação, ou seja, traduzirá as hipóteses iniciais em instrumentos especialmente selecionados a esse sujeito, que fornecerão subsídios ao psicólogo para responder as questões feitas no início deste processo. Os testes psicológicos podem ou não fazer parte do processo, momento em que os testes de inteligência podem ser utilizados. No entanto, quando compuserem a avaliação, estes testes deverão estar de acordo com as determinações do CFP e sua aplicação seguir os rigores determinados no manual de cada instrumento. Vale ressaltar que um bom rapport é fundamental para a aplicação de qualquer teste. Ao final de toda a aplicação de testes, os mesmos deverão ser analisados, interpretados e integrados ao restante das informações obtidas ao longo das sessões, momento em que o psicólogo fará algumas inferências (processo que vincula o input ao output) que lhe possibilitarão chegar a alguma conclusão - ao diagnóstico e ao prognóstico. É da responsabilidade do psicólogo construir relatórios e laudos de fácil compreensão e de acordo com as determinações do Conselho Federal de Psicologia. O último passo do processo psicodiagnóstico é a comunicação dos dados ao cliente, seu responsável e a quem solicitou.  Estes passos poderão ser melhor estudados em,  CUNHA, J. A. e cols.,   Psicodiagnóstico – V. 5ª ed. Porto Alegre.  Artes Médicas do Sul.  2000. p.105-138.

Os testes psicológicos são componentes chaves durante o processo de avaliação psicológica. Com relação à utilização de testes no processo psicodiagnóstico, deve-se:
a)  Evitar incluir na bateria de testes aqueles que mobilizam condutas ligadas ao sintoma.
b)    Organizar uma bateria com vários testes, evitando, assim, deixar-se influenciar pelos dados da entrevista.
c) Incluir o mínimo de testes, se possível evitá-los, visto que despertam muita ansiedade.
d)   Planejar os testes psicológicos que poderão ser utilizados durante o estabelecimento do plano de avaliação.
e)    Organizar uma sequência de aplicação considerando os dados obtidos na entrevista de triagem, iniciando, em geral, pelos testes incluídos na bateria.

A alternativa correta é a letra (d). A afirmativa (a) está incorreta porque os instrumentos de avaliação devem ser escolhidos para pesquisar suas hipóteses. Estas hipóteses relacionam-se às dificuldades apresentadas pelo sujeito. A afirmação da letra (b) não está certa, dado que a escolha não se refere ao distanciamento profissional. O psicólogo não deve estar preocupado com quantidade de testes a serem usados, mas sim com o objetivo da escolha de um e/ou outro instrumento, por esta razão a letra (c) está errada. A afirmativa (e) está incorreta porque, antes de pensar em aplicar testes, é necessário estabelecer um bom rapport.

Complementarmente aos passos do psicodiagnóstico, também é interessante estabelecer um contraponto entre o psicodiagnóstico tradicional e o psicodiagnóstico interventivo. A leitura crítica do artigo, BARBIERI, V.,  Psicodiagnóstico Tradicional e Interventivo: Confronto de Paradigmas? Psicologia: Teoria e Pesquisa Jul-Set 2010Vol. 26 n. 3, pp. 505-513. http://www.revistaptp.unb.br/index.php/ptp/article/view/538/108, permitirá examinar os paradigmas quantitativo e qualitativo de investigação psicológica e seus fundamentos epistemológicos e metodológicos.

MODULO 1: FUNDAMENTOS DO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO

Conteúdo Np1

O psicodiagnóstico é um processo com propósito clínico que visa à identificação das forças e fraquezas do funcionamento psicológico do sujeito que se submete a ele. Um de seus objetivos é identificar ou não a presença de alterações psicopatológicas, os limites da variabilidade normal. A psicometria surge na história do processo psicodiagnóstico como uma forma de garantir a cientificidade deste. Também foram muito importantes para o desenvolvimento do psicodiagnóstico os estudos de Kraepelin, com a classificação das doenças mentais, e de Freud, com sua compreensão dinâmica do funcionamento psíquico, ambos diferenciando estados neuróticos de psicóticos. Logo em seguida, surgem os testes projetivos, primeiro com Rorschach, depois com o TAT, em seguida com Szondi, MMPI, entre outros. Atualmente, há uma ênfase no uso de instrumentos mais objetivos, como WISC, WAIS e RAVEN e avaliações computadorizadas, que têm oferecido novas estratégias ao psicólogo que trabalha com psicodiagnóstico. No entanto, não bastam instrumentos modernos para realizar um bom psicodiagnóstico. De acordo com Jurema Cunha (2000), é importante que o psicólogo avalie quem é o público que procura este serviço e qual sua demanda, para não correr o risco de deixar de responder a solicitação inicial do cliente. Como é possível verificar, são muitos os aspectos a serem considerados antes de iniciar um psicodiagnóstico. Antes de fazermos algumas considerações sobre eles, vocês têm a seguir um exemplo de exercício sobre estas reflexões e considerações. Lembre-se, é importante que inicie lendo o capítulo 2 do livro de CUNHA, J A e cols. Psicodiagnóstico V.  Porto Alegre. Artmed. 2000.,  antes de tentar resolver os exercícios deste módulo..

As afirmações abaixo abordam alguns dos aspectos conceituais do processo psicodiagnóstico. Leia cada uma das afirmações, analise se são verdadeiras ou falsas e depois assinale, entre as alternativas apresentadas, a que está correta.
I)         Avaliação psicológica corresponde ao uso de testes psicológicos.
II)       Com a avaliação psicológica, pretende-se conhecer o perfil psicológico de uma pessoa para tomar decisões a seu respeito.
III)      A avaliação científica difere da avaliação cotidiana, realizada em consultório, por utilizar técnicas diferentes, entre elas os testes.
IV)     Avaliação psicológica é um processo de investigação, que utiliza teorias e técnicas psicológicas.
V)      Psicólogos e pedagogos com especialização em psicopedagogia podem utilizar testes psicológicos

a)    As afirmativas (I), (II) e (III) são verdadeiras.
b)    As afirmativas (I), (III) e (V) são falsas.
c)    As afirmativas (II), (III) e (IV) são verdadeiras.
d)    As afirmativas (II), (IV) e (V) são falsas.
e)    As afirmativas (III), (IV) e (V) são verdadeiras.

A alternativa correta para esta questão é a letra (b), pois só são verdadeiras as afirmativas (II) e (IV). A (I) está incorreta porque o uso de testes psicológicos não é uma condição para realizar uma avaliação psicológica. É possível submeter alguém a um psicodiagnóstico sem usar testes. A (III) está incorreta porque a avaliação realizada em consultório usa técnicas que são testadas e aprovadas cientificamente. Também está incorreta a afirmativa (V): só pode utilizar testes psicológicos o profissional graduado em Psicologia.

A fim de dar seguimento a estas considerações, por meio deste módulo, você poderá realizar uma revisão e verificação de seus conhecimentos sobre a caracterização do processo: definição, objetivos, responsabilidades, além da operacionalização do processo psicodiagnóstico.  Quanto à definição, é importante ter clareza sobre o significado de cada palavra ou frase que a constitui. De acordo com Jurema Cunha (2010) “Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos quais são propostas soluções, se for o caso.”
Vale saber que o processo psicodiagnóstico pode ter um ou mais objetivos dependendo da solicitação, demanda e hipóteses formuladas inicialmente. O exercício que vem a seguir ilustra as questões que poderá encontrar sobre estes assuntos, durante a realização dos exercícios deste módulo.

O processo psicodiagnóstico pode ter vários objetivos que variam dependendo da complexidade das questões propostas. Assinale a afirmativa que relaciona corretamente o principal objetivo de uma avaliação psicológica clínica e sua especificação:

a)    A classificação simples compara a amostra do comportamento do examinando com resultados da população em geral.
b)    A descrição testa hipóteses iniciais utilizando critérios diagnósticos como os da CID-10.
c)    O diagnóstico diferencial determina o nível de funcionamento da personalidade e os relaciona com bases teóricas.
d)    O prognóstico procura identificar precocemente os problemas e riscos para enfrentar situações novas e estressantes.
e)    A classificação nosológica visa, principalmente, determinar o provável curso da problemática do examinando.

A alternativa correta a esta questão corresponde a letra (a). A avaliação psicológica que visa uma classificação simples compara os resultados do examinando ao de outros sujeitos com condições demográficas equivalentes. Todas as outras alternativas estão incorretas porque suas especificações não são verdadeiras. A especificação da afirmativa (b) corresponde à classificação nosológica; a (c) retrata as especificações do entendimento dinâmico; a (d)  se refere à prevenção e a alternativa (e) ao diagnóstico diferencial.

A leitura complementar indicada possibilitará uma breve revisão histórica da psicometria, especialmente relacionada ao conceito de inteligência. Apesar de o tema principal deste módulo ser o processo psicodiagnóstico, o desenvolvimento histórico do conceito de inteligência confunde-se um pouco com o desenvolvimento histórico do psicodiagnóstico. Por esta razão, vale revisá-lo. Para tanto leia ALMEIDA, L.; GUISANDE, A.; PRIMI, R., E FERREIRA, A., Construto e medida da inteligência: contributos da abordagem fatorial em  PRIMI, R; ALMEIDA, LS; CANDEIAS, A; ROAZZI, A., Inteligência: Definição e medida na confluência de múltiplas concepções. São Paulo. Casa do Psicólogo. 2008. Cap.2

sábado, 29 de fevereiro de 2020

Documentário : Industria America


American Factory, EUA, 2019

Contraste mostrado em documentário reflete não apenas diferenças culturais, mas também temporais entre EUA e China

O documentário Indústria Americana poderia ser um inspirador conto de integração e aceitação entre as culturas chinesa e norte-americana. Porém, o que os cineastas Steven Bognar e Julia Reichert encontram ao percorrem o chão de uma fábrica chinesa nos EUA é simultaneamente previsível e surpreendente: enquanto o choque entre patrões e empregados ocorre como o esperado, as incompatibilidades entre os operários chineses e os norte-americanos expõem algumas das dimensões psicológicas e, até mesmo, filosóficas da relação do ser humano com o trabalho.

★★★★☆

Fonte: http://www.infinitividades.com.br





sábado, 22 de fevereiro de 2020

Uma PSICÓLOGA e um COACH QUÂNTICO

Uma PSICÓLOGA e um COACH QUÂNTICO pra conversar (sem que eles soubessem). Veja



Nele, duas pessoas que nunca se viram na vida tentam adivinhar características relevantes uma sobre a outra usando como base apenas o estereótipo.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Documentário: Comportamentos Humanos nas Organizações


Conheça o documentário "Indústria Americana"



Hoje a dica do "Cultura em Casa" é o documentário "Indústria Americana", lançamento original da Netflix. O filme mostra o que aconteceu com um antiga fábrica da General Motors em Ohio, falida em 2008, e que é comprada por investidores chineses.

Documentário: Psicologia do Cotidiano

 "O perigo de uma história única"  Chimamanda Adichie - Dublado em português


Uma das palestras mais assistidas do TED Talk. Para os fãs de Chimamanda, e para todos os que querem entender a fonte do preconceito. O que sabemos sobre outras pessoas? Como criamos a imagem que temos de cada povo? 

TED Ideas Worth Streading "O perigo da história única" Chimamanda Adichie (Dublada por Márcia Morelli) Direção de Dublagem: Christiano Torreão Versão Brasileira Eclipse



Ao longo de dois anos, Vik Muniz frequentou o aterro sanitário do Jardim Gramacho a fim de fotografar um grupo de catadores de materiais recicláveis para retratá-los com sua arte. No entanto, foi surpreendido pelas histórias de seus personagens e pela dignidade, desespero e sonhos revelados quando instigados a imaginar suas vidas fora daquele ambiente.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Documentário Teoria Psicanalítica..


O Homem dos Ratos - Sigmund Freud


O homem dos ratos foi o pseudônimo dado por Sigmund Freud para o seu paciente Ernst Lanzer. Ernst era advogado e procurou Freud em 1907 com queixas típicas de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Temia que caso ele não se comporte de uma determinada maneira, então seus entes queridos serão feridos. Não resistia a fazer contagens e reflexões inúteis mesmo ciente da inutilidade delas. Freud usou as suas interpretações desse caso como base de sua teoria sobre sexualidade, racionalização e neurose obsessiva.
As interpretações de Freud sobre "O homem os ratos" foram publicadas como "Notas sobre um caso de neurose obsessiva" em 1909 e foi apresentado por Freud em quatro congressos da Sociedade Psicanalítica de Viena e no primeiro congresso psicanalítico internacional em Salzburgo. Relatar que sua melhora foi completa foi uma notável exageração e a história mostra que em diversos pontos críticos Freud mentiu, por exemplo sobre a duração do tratamento (foram poucos meses, mas ele disse que foram vários anos).

Análise de uma Mente.


Análise de uma Mente, aborda vários aspectos importantes sobre a vida de Sigmund Freud, sua infância, suas relações familiares tanto como filho quanto como pai, passando pelos principais contatos e influências na formulação dos seus conceitos fundamentais, até sua fama mundial e morte.

Freud Além da Alma - Filme completo


Freud Além da Alma, 1885. Enquanto a maioria de seus colegas se recusa a tratar a histeria acreditando tratar-se simulação, Sigmund Freud (Montgomery Clift) faz avanços usando a hipnose. Sua principal paciente é uma jovem que não bebe água e é atormentada diariamente pelo mesmo pesadelo.

O Jovem Dr. Freud - Documentário


Documentário exibido no History Channel, sobre o momento de criação da Psicanálise. Mostra quais foram os caminhos que levaram Freud a pensar nas teorias da sexualidade e do inconsciente, e quais foram as dificuldades e desafios encontrados neste percurso. Levando em conta as influências científicas da época, com belas imagens da Viena do início do séc. XX. Neste documentário podemos compreender as várias facetas de Freud que contribuíram para a criação da psicanálise: seu interesse como pesquisador, sua herança de neurologista, sua motivação como terapeuta. Altamente biográfico. O documentário conta ainda com depoimentos de Sophie Freud, neta de Freud, do famoso historiador da psicanálise Peter Gay, entre outros. Vale para aqueles que querem conhecer um pouco da psicanálise e para aqueles que já a conhecem bem.


Veja se o que você está procurando tem aqui. Pesquise.

Doe qualquer valor para manutenção deste blog

Doe qualquer valor para manutenção deste blog