Conteúdo Np1
Neste módulo, você encontrará exercícios que o auxiliarão a esclarecer dúvidas ou fixar melhor os Passos do Processo Psicodiagnóstico. Por ser um processo científico, pode-se dizer que o processo psicodiagnóstico parte da formulação de uma série de perguntas, para as quais pensamos em respostas prováveis, ou seja, hipóteses. Ao longo deste processo, estas hipóteses, que ocorrem após a(s) entrevista(s) inicial(ais), poderão ou não se confirmar. O passo seguinte será o contrato de trabalho, quando o psicólogo formalizará com o cliente ou o responsável os termos em que o psicodiagnóstico ocorrerá, definindo papéis, obrigações, direitos e responsabilidades.
O sigilo é um dos pontos fundamentais de um processo psicológico.
Leia as frases a seguir e assinale a correta:
a) Os resultados quantificados na avaliação de uma criança deverão ser apresentados a seus pais e familiares, os únicos que poderão obter os escores a fim de garantir o sigilo.
b) Ao enviar o laudo a um colega, também psicólogo, que solicitou a avaliação, não se deve revelar os escores obtidos pela criança, ainda que solicitado por ele.
c) Ao final de uma resposta errada dada pelo sujeito, o psicólogo deverá orientá-lo a conversar com seu professor sobre o erro a fim de que esse possa auxiliá-lo em seu aprendizado.
d) O laudo psicológico deve conter todos os escores e percentis para que as informações sejam úteis para os demais profissionais.
e) O resultado de um teste realizado por alguém que, antecipadamente, conhece seu conteúdo não terá validade.
As alternativas (a), (b), (c) e (d) estão erradas. No primeiro caso, os resultados quantitativos não devem ser apresentados a um leigo, mesmo que sejam os pais. No segundo, o psicólogo que solicitou a avaliação pode ter conhecimento dos resultados. Dados de avaliação, ainda que relacionados a um erro de aprendizagem formal, não devem ser revelados. Por isto, a afirmativa (c) está errada. A letra (d) não condiz com o que determina a ética profissional. Os escores e percentis não devem constar dos relatórios ou laudos.
A partir do momento em que o contrato é acordado, o psicólogo planejará a avaliação, ou seja, traduzirá as hipóteses iniciais em instrumentos especialmente selecionados a esse sujeito, que fornecerão subsídios ao psicólogo para responder as questões feitas no início deste processo. Os testes psicológicos podem ou não fazer parte do processo, momento em que os testes de inteligência podem ser utilizados. No entanto, quando compuserem a avaliação, estes testes deverão estar de acordo com as determinações do CFP e sua aplicação seguir os rigores determinados no manual de cada instrumento. Vale ressaltar que um bom rapport é fundamental para a aplicação de qualquer teste. Ao final de toda a aplicação de testes, os mesmos deverão ser analisados, interpretados e integrados ao restante das informações obtidas ao longo das sessões, momento em que o psicólogo fará algumas inferências (processo que vincula o input ao output) que lhe possibilitarão chegar a alguma conclusão - ao diagnóstico e ao prognóstico. É da responsabilidade do psicólogo construir relatórios e laudos de fácil compreensão e de acordo com as determinações do Conselho Federal de Psicologia. O último passo do processo psicodiagnóstico é a comunicação dos dados ao cliente, seu responsável e a quem solicitou. Estes passos poderão ser melhor estudados em, CUNHA, J. A. e cols., Psicodiagnóstico – V. 5ª ed. Porto Alegre. Artes Médicas do Sul. 2000. p.105-138.
Os testes psicológicos são componentes chaves durante o processo de avaliação psicológica. Com relação à utilização de testes no processo psicodiagnóstico, deve-se:
a) Evitar incluir na bateria de testes aqueles que mobilizam condutas ligadas ao sintoma.
b) Organizar uma bateria com vários testes, evitando, assim, deixar-se influenciar pelos dados da entrevista.
c) Incluir o mínimo de testes, se possível evitá-los, visto que despertam muita ansiedade.
d) Planejar os testes psicológicos que poderão ser utilizados durante o estabelecimento do plano de avaliação.
e) Organizar uma sequência de aplicação considerando os dados obtidos na entrevista de triagem, iniciando, em geral, pelos testes incluídos na bateria.
A alternativa correta é a letra (d). A afirmativa (a) está incorreta porque os instrumentos de avaliação devem ser escolhidos para pesquisar suas hipóteses. Estas hipóteses relacionam-se às dificuldades apresentadas pelo sujeito. A afirmação da letra (b) não está certa, dado que a escolha não se refere ao distanciamento profissional. O psicólogo não deve estar preocupado com quantidade de testes a serem usados, mas sim com o objetivo da escolha de um e/ou outro instrumento, por esta razão a letra (c) está errada. A afirmativa (e) está incorreta porque, antes de pensar em aplicar testes, é necessário estabelecer um bom rapport.
Complementarmente aos passos do psicodiagnóstico, também é interessante estabelecer um contraponto entre o psicodiagnóstico tradicional e o psicodiagnóstico interventivo. A leitura crítica do artigo, BARBIERI, V., Psicodiagnóstico Tradicional e Interventivo: Confronto de Paradigmas? Psicologia: Teoria e Pesquisa Jul-Set 2010, Vol. 26 n. 3, pp. 505-513. http://www.revistaptp.unb.br/index.php/ptp/article/view/538/108, permitirá examinar os paradigmas quantitativo e qualitativo de investigação psicológica e seus fundamentos epistemológicos e metodológicos.