Psicologia do Camaleão

“ Devido ao transtorno da pandemia do covid-19, este blog está temporariamente sem atualização. Mas com certeza em breve retomarei. Obrigado a todos.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Diretrizes da formação de psicopedagogos no Brasil


Diretrizes da formação de psicopedagogos no Brasil

A Psicopedagogia é a área de conhecimento, atuação e pesquisa que lida com o processo de aprendizagem humana, visando o apoio aos indivíduos e aos grupos envolvidos neste processo, na perspectiva da diversidade e da inclusão.A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), como órgão representativo dos psicopedagogos, entende que o curso de Psicopedagogia deve formar profissionais para garantir a aprendizagem como direito de todos.

Vigiar e Punir por Michel Foucault



Vigiar e Punir

GENEALOGIA DA SOCIEDADE DISCIPLINAR

Vigiar e Punir foi publicado por Michel Foucault em 1975. É uma das obras mais famosas do filósofo francês e trata profundamente da questão da disciplina e do poder no mundo moderno. Também se debruça com cuidado sobre a importante mudança de estratégia que abandonou a punição em troca da vigilância constante e reguladora. A pergunta que atravessa todo o Vigiar e Punir é: por que a prisão?  Por que a sociedade capitalista fez as instituições penais desempenharem o papel de encarcerar? Quais são suas causas e seus efeitos? Esta série trata minuciosamente de cada capítulo do livro. Foucault analisa as técnicas de disciplina e vigilância que se espalharam de maneira gradual e imperceptível pela sociedade ao longo do séc. XVIII e XIX.

Sobre os Camaleões



Sobre os Camaleões



1 – Espécies
Quase metade das espécies de camaleão do mundo vive na ilha de Madagascar, na África, com 59 delas existentes apenas por lá. No sul do Saara, além de Portugal, Espanha, Sri Lanka e Índia, também existem algumas espécies, assim como no Havaí e algumas partes da Flórida e Califórnia.

2 – Mudança de cor

Embora não seja unanimidade, a maioria das espécies de camaleão é capaz de mudar a cor da sua pele. Geralmente, eles alteram de marrom para verde, mas alguns podem modificar o seu “look” para muitas outras cores, criando um visual incrível de forma rápida — tanto que uma mudança pode ocorrer em cerca de 20 segundos.
Eles conseguem produzir esse fenômeno porque nascem com células especiais que têm pigmentos. Essas células se encontram em camadas sob a pele externa do camaleão e são chamadas de cromatóforos, que são ativadas por uma mensagem do cérebro.
Uma vez ativados, esses pigmentos se “misturam” como uma pintura. Além dos cromatófaros, a melanina também ajuda os camaleões nesse processo, produzindo o escurecimento através de fibras que se espalham como teias de aranha pelas camadas de células de pigmento.powered by Rubicon Project
E, se você ainda acha que os camaleões mudam de cor para se camuflar, saiba que alguns estudos mostraram que eles mudam de coloração de acordo com a luz, a temperatura ou mesmo o seu humor, podendo também ser uma forma de comunicação com seus semelhantes.

3 – Olhar 360°

Você sabia que os olhos dos camaleões têm um arco de 360 ??graus de visão e podem enxergar em duas direções ao mesmo tempo? Dessa forma, os camaleões têm os olhos mais distintivos de qualquer réptil. Suas pálpebras superiores e inferiores são unidas, formando um dispositivo circular com apenas uma abertura suficiente para a pupila fazer o seu serviço.
Os olhos podem rodar separadamente e focar para observar dois objetos diferentes simultaneamente, o que permite que os olhos se movam independentemente um do outro, sendo uma excelente vantagem para ficar atento aos predadores. Esse sim pode, literalmente, ficar com um olho no peixe e outro no gato.

4 – Tamanhos

Os camaleões variam muito em tamanho e estrutura do corpo, sendo que a sua dimensão pode variar de 15 a 30 milímetros — na menor espécie encontrada, a Brookesia micra — até cerca de 70 centímetros (como é o caso do camaleão de Malagasy).

5 – Língua rápida no gatilho

Segundo uma pesquisa, a língua (chamada “balística”) do camaleão tem, aproximadamente, 1,5 a 2 vezes o tamanho de seu corpo, sendo capaz de se mover 26 vezes por segundo o comprimento do animal. Eles descreveram dessa forma porque a potência muscular dos animais varia de acordo com o seu tamanho e tipo, isto é, a velocidade relativa.
Com toda essa rapidez, o camaleão consegue alcançar e capturar rapidamente a sua presa. Isso também acontece devido ao formato da língua, que possui um tipo de bulbo muscular na ponta e que age como uma pequena ventosa capaz de sugar, fazendo com que a caça fique mais fácil.

6 – Machos vaidosos

Geralmente, os machos dos camaleões são muito mais ornamentados do que as fêmeas. Ou seja, eles têm mais saliências faciais e projeções, como cristas, em suas cabeças.

7 – Pouca audição

Apesar da sua visão apuradíssima, os camaleões não são capazes de ouvir muito bem. Assim como as serpentes, esses répteis não têm um ouvido exterior, abertura ou tímpano. No entanto, os camaleões não são totalmente surdos. Eles podem detectar frequências de som na faixa de 200-600 Hz .

8 – Visão ultravioleta

Os camaleões são capazes de enxergar na luz visível e na ultravioleta. Quando expostos à luz ultravioleta, eles mostram um aumento de comportamento social e níveis de atividade, além de ficarem mais suscetíveis a se aquecer, reproduzir e a se alimentar. Isso acontece porque essa luz tem um efeito positivo sobre a glândula pineal.






Fatos do camaleão


Reino :Animalia
Filo :Chordata
Classe :Reptilia
Ordem :Squamata
Família :Chamaeleonidae
Nome Científico :Chamaeleonidae
Tipo :Réptil
Dieta :Onívoro
Tamanho (L) :2,8 cm - 68,5 cm (1,1 pol - 27 pol)
Peso :0,01 kg - 2 kg (0,02 lbs - 4,4 lbs)
Velocidade máxima :35km / h (21mph)
Tempo de vida :4 - 8 anos
Estilo de Vida :Solitário
Status de Conservação :Ameaçado
Cor :Verde, marrom, preto, amarelo, vermelho, bronzeado
Tipo de pele :Escalas
Comida favorita :Insetos
Habitat :Florestas Tropicais e Deserto
Tamanho médio da embreagem :20
Prey principal :Insetos, caracóis, folhas
Predadores :Cobras, Aves, Mamíferos
Características distintivas :Visão excepcional e capacidade de mudar a cor da pele

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Postagem Agora

Blog sem igual

Pessoal para postar qualquer coisa fotos ou textos enviem para o email -seg.robertomenezes.postagem@blogger.com - que será publicado automaticamente no blog da turma. Cuidado com as Postagens.

Roberto Menezes
Tecnólogo em Segurança 
Universitário em Psicologia
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
95218-5863

PPB - módulo 7 - Emoção

Processos Psicológicos Básicos






MÓDULO 7 – EMOÇÃO

 
A emoção humana apresenta-se como o processo psicológico básico tratado neste modelo de estudos. Configura-se, também, como um dos processos psicológicos básicos de necessário conhecimento do profissional psicólogo.
 
Nos parágrafos que se seguem, nosso autor básico, Myers (2006), apresenta a importância das emoções para a espécie humana.
 
“Ninguém precisa lhe dizer que os sentimentos dão cor à vida, ou que em momentos de estresse eles podem perturbá-la, ou mesmo salvá-la. (...) Mais do que qualquer outra criatura, nós expressamos medo, raiva, tristeza, alegria e amor.
 
Todos podemos lembrar momentos nos quais fomos dominados pelas emoções. Eu guardo a lembrança de um dia em que fui a uma gigantesca loja de departamentos para revelar um filme com Peter, meu primeiro filho, quando ele tinha 2 anos. Eu  estava com ele ao meu lado enquanto entregava  o filme e preenchia o papel da revelação, quando um passante falou: “É melhor ter cuidado com esse menino ou irá perdê-lo.” Alguns segundos depois, após deixar o filme, eu me virei e Peter não estava mais ao meu lado.
 
Com uma leve ansiedade, olhei ao redor, até uma extremidade do corredor onde estava. Não vi Peter. Um pouco mais ansioso, procurei do outro lado. Ele não estava lá também. Nessa hora, já com o coração acelerado, circulei pelos corredores vizinhos. Ainda não via Peter. À medida que a ansiedade se transformava em pânico, comecei a correr pelos corredores da loja. Ele não estava em lugar algum que eu conseguisse ver. Apreensivo com o meu estado, o gerente usou o sistema de som da loja para comunicar o desaparecimento da criança. Pouco depois, passei pelo mesmo cliente que, então, me disse cheio de desprezo: “Eu lhe disse que você ia perdê-lo!” Já cogitando um seqüestro (estranhos costumam adorar aquela bela criança), percebi a possibilidade de minha negligência ter-me feito perder aquilo que amava acima de todas as coisas, e – pesadelo dos pesadelos – que eu teria de voltar para casa e olhar no rosto da minha mulher sem o nosso filho.
 
Mas, então, quando passei novamente pelo serviço de informação ao cliente, lá estava ele: havia sido encontrado por alguém! Em um instante, eu saí do pesadelo diretamente para o êxtase. Abracei fortemente meu filho, com lágrimas nos olhos, e sentia-me incapaz de falar obrigado; saí da loja, cheio de alegria.” (MYERS, 2006, p. 361).
 
Como se conceitua a emoção e quais são as metodologias de estudo empregadas para este processo psicológico básico, aparecem como temas primordiais deste módulo de estudo. Além disso, você também conhecerá as teorias da emoção (de James-Lange, de Cannon-Bard e a teoria dos dois fatores de Schachter) e refletirá sobre a universalidade das emoções, a comunicação não verbal e a relação entre cultura e expressão emocional. Os elementos da experiência emocional, em seus componentes cognitivos, fisiológicos e comportamentais também estarão em pauta neste módulo de estudos.
As sugestões de referências bibliográficas vinculadas a este módulo são:
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
FELDMAN, R. S. Introdução à Psicologia. 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015, cap. 8.
GLEITMAN, H.; REISBERG, H. & GROSS, J. Psicologia. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, cap. 12.
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2012, cap. 12. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
WEITEN, W. Introdução à Psicologia: temas e variações. São Paulo: Pioneira Thompson, 2002, cap. 10.
 
Após a leitura dos textos básicos indicados anteriormente, procure responder ao exercício exemplo.
 
EXERCÍCIO EXEMPLO:
 
As emoções são reveladas não apenas na excitação física mas, também, no comportamento expressivo. Analise as afirmações abaixo.
I. No nível comportamental, as pessoas revelam suas emoções através de manifestações características, tais como: sorriso, cara fechada, testa franzida, punhos cerrados, ombros caídos, ou seja, as emoções são expressas através da linguagem corporal (comportamento não verbal).
II. As expressões faciais (como as de felicidade e medo, por exemplo) variam notavelmente entre diferentes culturas, pois a Cultura e se constitui como o aspecto único de influência sobre o componente expressivo das emoções.
III. As expressões não apenas comunicam emoção, mas também ampliam a emoção sentida e sinalizam ao corpo para reagir de acordo.
IV. Tanto os homens quanto as mulheres são capazes de se emocionar, porém, é possível que cada gênero reaja a uma mesma situação com intensidades diferentes.
 
Assinale:
a) Se somente as afirmações I e III forem verdadeiras.
b) Se somente as afirmações III e IV forem verdadeiras.
c) Se somente as afirmações I, II e III forem verdadeiras.
d) Se somente as afirmações I, III e IV forem verdadeiras.
e) Se somente as afirmações II, III e IV forem verdadeiras.
 
RESOLUÇÃO:
 
Para responder corretamente à questão anterior, você deverá assinalar a alternativa “d”, uma vez que apenas as afirmações I, III e IV estão corretas. A afirmação de n° II diz que a expressão emocional sofre influência exclusiva da Cultura em que a pessoa está inserida. Realmente a linguagem corporal pode sofrer influência da cultura na qual a pessoa está inserida, assim como algumas expressões faciais. No entanto, as expressões faciais de medo e felicidade são compartilhadas por diferentes culturas, sendo comprovado, por meio de pesquisas diversas, não variar imensamente entre diferentes culturas. Esse fato indica que as expressões emocionais podem ser influenciadas também por aspectos biológicos, além dos culturais.
 
Outros exercícios como este se encontram disponíveis para sua resolução, como parte componente deste módulo de estudos. Entre em contato com os mesmos e aproveite para ampliar e/ou verificar seus conhecimentos.

PPB - Módulo 6 - Motivação

Processos Psicológicos Básicos
MÓDULO 6 – MOTIVAÇÃO
 
A motivação humana será o processo psicológico básico alvo deste módulo de estudos.
 
David Myers (2006, p. 330) comenta que:
 
"Para os psicólogos, a motivação é uma necessidade ou desejo que energiza o comportamento e o direciona para um objetivo. Assim com a inteligência, a motivação é um conceito hipotético: nós inferimos motivação dos comportamentos que observamos. Considere a motivação nas seguintes situações:
- David Mandel (1983), ex-prisioneiro em campo de concentração nazista, lembra-se de como, famintos, 'pai e filho brigavam por um pedaço de pão, como cachorros'. Um pai, cujo filho de 20 anos roubara o pedaço de pão que estava embaixo de seu travesseiro enquanto ele dormia, entrou em profunda depressão, perguntando-se como o filho pudera fazer tal coisa. No dia seguinte, o pai morreu. 'A fome faz com você algo que é difícil descrever', explicou Mandel.
- Nos poemas de amor dos Cânticos de Salomão, do Velho Testamento, uma mulher e um homem expressam sua intensa paixão sexual um pelo outro. 'Estou trêmula de amor', declara ela. 'Sua mão esquerda me sustenta a cabeça por trás, enquanto a mão direita me envolve!' Ele, por sua vez, murmura que ela é 'deliciosa'. 'Você é imponente como uma palmeira, e os seus seis são como os cachos. Digo eu: subirei à palmeira para me apoderar de seus ramos.'
- Aos 2 anos e meio, Jessica DeBoer entrou em pânico quando foi retirada de sua família adotiva – a única família que ela conhecia. O tribunal que julgava essa dolorosa batalha de custódia determinou que Jessica ficasse com os pais biológicos, a centenas de milhas de distância. Como animais sociais, todos temos um pouco de Jessica dentro de nós – uma sensação de a quem pertencemos, e de quem somos 'nós'.
- No Texas, o guarda de uma escola descobriu Alfredo Gonzales, de 14 anos, no momento em que trabalhava, colhendo frutas; mandou-o, então, para a escola pela primeira vez em sua vida. Embora matriculado em classe de nível de capacidade mais baixo e criticado por fazer perguntas em espanhol – ele não sabia inglês –, Alfredo decidiu: 'Eu posso fazer melhor'. Hoje ele é o administrador de uma universidade de alto nível de instrução, e trabalha no sentido de motivar jovens a despertarem, assim como ele o fez, para 'os próprios potenciais, e a adquirirem o desejo de alcança-los'".
 
Neste módulo, serão abordados os principais conceitos motivacionais, além de se estudar, também, os quatro grandes motivos humanos: fome, sexo, pertencimento e realização. Estes quatro grandes motivos aparecem ilustrados nos exemplos citados anteriormente por Myers (2006) e constituem temáticas importantes para o conhecimento do profissional psicólogo.
 
As sugestões de referências bibliográficas vinculadas a este módulo são:
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
FELDMAN, R. S. Introdução à Psicologia. 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015, cap. 8.
GLEITMAN, H.; REISBERG, H. & GROSS, J. Psicologia. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, cap. 13.
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2012,cap. 11.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
WEITEN, W. Introdução à Psicologia: temas e variações. São Paulo: Pioneira Thompson, 2002, cap. 10.
Após a leitura dos textos básicos indicados anteriormente, procure responder ao exercício exemplo.
 
EXERCÍCIO EXEMPLO:
 
Há inúmeras abordagens e conceitos teóricos que os psicólogos utilizam para tentar explicar a motivação humana. Estas abordagens e/ou conceitos diferem basicamente em sua ênfase dada à motivação inata (de base biológica) ou à motivação aprendida (de base social). Analise atentamente as sentenças numeradas abaixo e assinale a alternativa que apresente a natureza das sentenças ("V" para verdadeira e "F" para falsa) na respectiva ordem.
 
1) Sob influência de Darwin, os primeiros teóricos defendiam que o comportamento era controlado (ou motivado) por forças biológicas, por instintos específicos.  Atualmente esta teoria continua sendo bastante aceita pelos teóricos e muito utilizada pela Psicologia Evolucionista.
2) Uma visão alternativa da motivação foi proposta por William James, o qual afirma que o comportamento humano é motivado por instintos específicos. A lista de instintos elaborada por William James é aceita até os dias de hoje.
3)  A teoria de busca de sensações pressupõe que pessoas que buscam grandes sensações podem ser biologicamente “programadas” para buscar níveis mais elevados de estimulação, aumentando, inclusive, o envolvimento destas pessoas em situações de risco potencial.
4)  A motivação extrínseca depende das condições internas do indivíduo e dos reforços relacionados à própria realização da atividade.
5)  A motivação intrínseca parte das condições externas e se refere às consequências das atividades realizadas pelo indivíduo.
a) VFVFV 
b) FFVVV 
c) VFVFF 
d) FVVFF 
e) VVFFF
RESOLUÇÃO:
 
Para responder corretamente à questão anterior, você deverá assinalar a alternativa C (que apresente a ordem "VFVFF" às afirmações apresentadas). As sentenças “1” e “3” estão corretas e as afirmações “2”, “4” e “5” têm colocações erradas. A sentença “2” é considerada errada, pois a lista de instintos elaborada por William James não é aceita nos dias atuais. A motivação extrínseca parte de condições externas e se referem às consequências das atividades realizadas pelo indivíduo, enquanto que a motivação intrínseca é que depende das condições internas do indivíduo e de reforços relacionados à própria realização da atividade. Estas colocações estão invertidas nas sentenças “4” e “5”.
  
Outros exercícios como este se encontram disponíveis para sua resolução, como parte componente deste módulo de estudos. Entre em contato com os mesmos e aproveite para ampliar e/ou verificar seus conhecimentos.

PPB - Módulo 8 - Pensamento

Processos Psicológico Básico
Módulo 8 – PENSAMENTO
 
Este módulo de estudos tratará do processo psicológico básico intitulado “pensamento”, ou, simplesmente, cognição.






Os módulos anteriores trataram de aspectos sobre como recebemos estimulação, a percebemos (transformando-a em informação com sentido) e a memorizamos, processos psicológicos básicos chamados de sensação, percepção e memória, respectivamente. Nesse módulo em específico, estudaremos como essa informação percebida e memorizada é utilizada pelo nosso sistema cognitivo.
 
Considerem a definição de pensamento extraída de Myers (2006, p. 281): “O pensamento, ou a cognição, refere-se a todas as atividades que estão associadas a processamento, compreensão, recordação e comunicação. Os psicólogos cognitivos estudam estas atividades mentais, incluindo os meios lógicos e, às vezes, ilógicos com os quais criamos conceitos, resolvemos problemas, fazemos julgamentos e tomamos decisões.”
 
Torna-se importante que você conheça as definições de pensamento e conceitos. Além disso, aprender como ocorre a formação de conceitos, a resolução de problemas, a tomada de decisão e formação de julgamento e como se dá interferência no nosso raciocínio por meio do “viés da crença”, também aparecem como tópicos constituintes deste módulo de estudos. Finalize seus estudos sobre pensamento (ou cognição) verificando a proposta de simulação do pensamento pela inteligência artificial e refletindo criticamente a respeito disso.
 
As sugestões de referências bibliográficas vinculadas a este módulo são:
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
FELDMAN, R. S. Introdução à Psicologia. 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015, cap. 7.
GLEITMAN, H.; REISBERG, H. & GROSS, J. Psicologia. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, cap. 08.
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2012, cap. 09.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
WEITEN, W. Introdução à Psicologia: temas e variações. São Paulo: Pioneira Thompson, 2002, cap. 8.
Após a leitura dos textos básicos indicados anteriormente, procure responder ao exercício exemplo.
 
EXERCÍCIO EXEMPLO:
Leia atentamente a situação extraída de Myers (2006, p. 283): “Dois caçadores de Nova Jersey estão na selva quando um deles cai no chão. Ele parece não estar respirando, os olhos estão virando para trás. O outro caçador pega o celular e liga para o serviço de emergência. Ele fala com voz arfante para a operadora: ‘Meu amigo está morto! O que eu posso fazer?’ A operadora, com voz calma e tranquilizante, diz: ‘Fique calmo. Eu posso ajudar. Primeiro, vamos ter certeza de que ele está morto.’ Há um silêncio, depois se ouve um tiro. O rapaz volta a falar ao telefone: ‘Ok, e agora?’”
 
A resolução de problemas pode ser realizada por meio de diferentes estratégias. A compreensão de situações de maneira não convencional, com desfechos inesperados ou com duplo sentido, como pode acontecer quando nos sentimos alegres e satisfeitos ao entendermos uma piada como a supracitada, ilustra uma capacidade de resolução de problemas baseada na estratégia de:
 
a) Algoritmo.
b) Heurística.
c) Insight.
d) Lógica.
e) Representatividade.
 
RESOLUÇÃO:
 
Para responder corretamente à questão anterior, você deverá assinalar a alternativa “c”, uma vez que a situação exposta exemplifica uma estratégia de insight (caracterizada pela compreensão repentina da situação e/ou informação, a qual precede de uma estranheza e completa-se pela plena compreensão do final ou do duplo sentido).
 
Outros exercícios como este se encontram disponíveis para sua resolução, como parte componente deste módulo de estudos. Entre em contato com os mesmos e aproveite para ampliar e/ou verificar seus conhecimentos.

domingo, 25 de novembro de 2018

TEORIAS E SISTEMAS EM PSICOLOGIAS Módulos 5, 6, 7 e 8.

Resumo do TEORIAS E SISTEMAS EM PSICOLOGias


MÓDULO 5: O HUMANISMO AMERICANO; 


MÓDULO 6: O EXISTENCIALISMO EUROPEU;


MÓDULO 7: A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA; 


MÓDULO 8: PSICOLOGIA OU PSICOLOGIAS?



Leitura Obrigatória:

- BUYS, R. C. A psicologia humanista. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 20).


- ROSA, E. Z.; KAHHALE, E. M. P. Psicologia humanista: uma tentativa de sistematização da denominada terceira força da psicologia. In: KAHHALE, E. M. P. (org.) A Diversidade da Psicologia: Uma Construção Teórica. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. (Capítulo 9).



Leitura para Aprofundamento:

- FIGUEIREDO, L. C. FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012. (Capítulo VIII).

MÓDULO 5: O HUMANISMO AMERICANO;



 Apresentação do Tema:


 A Psicologia Humanista surge a partir da década de 50, nos EUA, apresentando - se como uma proposta restauradora dos grandes valores humanos que, de acordo com o seu próprio ponto de vista, não eram contemplados nos principais sistemas psicológicos de maior proeminência, na época – a Psicanálise e o Behaviorismo.
Baseado em uma concepção positiva sobre o homem e sua possibilidade de auto-desenvolvimento, o projeto humanista expandiu-se rapidamente. O surgimento e disseminação das idéias humanistas, nos EUA, foi visto por diversos autores, como resultado do crescente mal-estar provocado pelo esgotamento dos sistemas sociais vigentes; neste sentido, as estratégias de auto-conhecimento que iam sendo propostas, foram caracterizadas como busca compensatória de soluções individualizantes para um sentimento coletivo de desamparo. Um destes comentadores do período é Christopher Lasch que, em “A cultura narcisista: a vida americana numa era de esperanças em declínio”(1983), afirma:
“Após a ebulição política dos anos sessenta, os americanos recuaram para preocupações puramente pessoais. Desesperançados de incrementar suas vidas com o que interessa, as pessoas convenceram-se de que o importante é o autocrescimento psíquico: entrar em contato com seus sentimentos, comer alimentos saudáveis, tomar lições de dança clássica ou dança-do-ventre, mergulhar numa sabedoria do Oriente, correr, aprender a se “relacionar”, superar o “medo do prazer”. Por si sós inofensivas, essas buscas, elevadas ao nível de um programa e embrulhadas na retórica da autenticidade e da consciência, significam um recuo da política e um repúdio ao passado recente. (Lash, 1983, p.24-25) Para o autor, o interesse que se verificava entre os americanos por estas “psicotecnologias", era uma ‘estratégia de sobrevivência’ adotadas pelos indivíduos, face ao profundo sentimento de fim de era característico do período e o conseqüente enfraquecimento do sentido do tempo histórico.
Tais críticas, porém, não reduziram o impacto, nem reverteram o interesse que se vinha registrando não apenas nos Estados Unidos pelo conjunto de métodos, práticas, técnicas, que pudesse ser utilizado como caminho viável para o estabelecimento de condições mais satisfatórias de convivência.
Os textos de Rogers são da mesma época e foram produzidos dentro da mesma cultura. Esta contextualização é importante porque coloca o autor em completa sintonia com correntes de pensamento que então vicejavam, dos EUA espalhando-se para outros países.
Outros modelos teóricos foram produzidos neste mesmo cadinho e guardam aproximações com os aspectos discutidos com relação à abordagem rogeriana. É preciso destacar que, na medida em que divulgam uma versão positiva da condição humana, os adeptos dessa corrente supõem a compatibilidade entre a realização autêntica do indivíduo e a felicidade coletiva. Esta harmonia pode ser prejudicada, mas um processo restaurativo a trará de volta, conforme afirma Figueiredo (1991), aos apresentar esta matriz de pensamento:
 “A natureza é sempre boa, sempre positiva, é uma fonte inesgotável de criações e prazeres; a sociedade pode não ser tão boa, mas nada impede que se torne, e isto dependerá essencialmente da transformação do indivíduo, que nada mais é que a sua autêntica realização, que a atualização infinita do potencial de vida que habita cada sujeito” (Figueiredo, 1991, p. 132).

  

MÓDULO 6: O EXISTENCIALISMO EUROPEU;




Leitura Obrigatória:




- SÁ, R. N. As influências da fenomenologia e do existencialismo na Psicologia. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 19).



Leitura para aprofundamento:



- FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012. (Capítulos IX, X, XI).

- KAHHALE, E. M. P. Fenomenologia: fundamentos epistemológicos e principais conceitos. In: KAHHALE, E. M. P. (org.) A Diversidade da Psicologia: Uma Construção Teórica. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. (Capítulo 6).

Apresentação do tema:

O Existencialismo e a Daseinsanálise (Texto didático reproduzido com a permissão da autora, Cláudia Costabile)

1. Origem e fundamentos:
Para alcançarmos um tratamento minimamente rigoroso das assim chamadas ‘psicoterapias existenciais’ devemos buscar suas origens na filosofia, estabelecendo um ponto de partida que nos guiará na compreensão das abordagens psicológicas que, ao se distanciarem das propostas terapêuticas vigentes nas décadas de 40 e 50 do século vinte, propuseram um outro caminho para a compreensão do fenômeno psicológico.
Comecemos, então, por Martin Heidegger (1889-1976). Este pensador foi quem, em 1927, nos ofereceu em sua obra magistral – Ser e Tempo –o ponto de partida para o que se pôde denominar (ainda que à revelia do autor) de pensamento existencial, seja na filosofia, seja na psicologia. Segundo Heidegger (1927) o homem tem marcada sua diferença em relação aos outros entes porque o ser humano é aquele que se coloca como intérprete do ser. Na verdade, a questão sobre o ser, das questões a mais abstrata, constitui todo o percurso do pensamento heideggeriano, em torno do que seria para ele o início de toda a história do pensamento ocidental.
Sendo o homem este ente que se pergunta desde sempre sobre o sentido das coisas, sua verdade, inclusive sobre o sentido de si mesmo, isto o coloca como objeto privilegiado para Heidegger na elaboração de sua Ontologia, tentando revelar com isto os liames que ligam conhecimento e existência. E é assim que se dá em Ser e Tempo a retomada sobre a questão que caiu no esquecimento do pensamento e do ‘modus vivendi’ ocidental, marcados pelo desenvolvimento da metafísica e do frenesi tecnológico – a questão sobre o ser.
Heidegger, como discípulo de Edmund Husserl (1859-1938), foi quem primeiro utilizou o método fenomenológico para investigar o existir humano. E é por isto que o campo de conhecimento que então se desenvolve pode ser denominado de ‘fenomenológico-existencial’: referência simultânea ao método (fenomenológico) de investigação e ao âmbito (o existir) a partir do qual todo e qualquer conhecimento pode ser concebido. E como é definido este “existir”? Como a condição humana por excelência, na qual o homem “é” na exata medida em que se encontra com algo além de si mesmo, formando uma rede de significações a que chamamos “mundo”, na qual habita. Deixando de lado a questão de, se o pensamento de Heidegger pode ser considerado como existencialista ou não, o que interessa a nosso propósito é assinalar que seu pensamento filosófico, particularmente o desenvolvido em Ser e tempo, constitui-se o ponto de partida das chamadas “psicoterapias existenciais”. A característica essencial do homem, com efeito, segundo Heidegger (1927),é a de ser intérprete do ser. Isto obriga a Ontologia Fundamental a analisar, em primeiro lugar, a modalidade de ser do homem. A determinação essencial do homem como primordialmente a de interpretação do ser significa que ascaracterísticas encontradas não podem ser consideradas “propriedades” de um objeto. Encontra-se na etimologia da própria palavra existir (estar-fora-de) mais uma possibilidade de interpretação da condição humana correlata à noção de consciência transcendental proposta por Husserl: não é só a consciência que é consciência de algo fora de si mesma, o homem, possuidor desta consciência é ser-no-mundo, ou seja, constitui-se enquanto existente, na sua relação com as coisas. O sentido deste existir não está nele mesmo, qualquer apreensão de si mesmo, origina-se de um casamento monogâmico e indissolúvel entre o objeto que é visto e o olho que o contempla (Pellegrino, 1988).

2. Do transcendental ao empírico: 

Aproximações entre filosofia e psicologia. A proposta da fenomenologia-existencial oferece como referência para a psicologia e para a psicoterapia a noção de ser-no-mundo. O acesso a este ocorre no exercício da redução, ao suspendermos um saber já dado para nos dispormos a ir ao encontro do que se apresenta, como se apresenta à nossa consciência. É importante ressaltar, neste ponto, que as propostas terapêuticas que surgiram a partir do encontro entre a fenomenologia-existencial heideggeriana e a psicologia e psiquiatria visavam principalmente, para não dizer exclusivamente em muitos casos, as atitudes do psicoterapeuta. Os questionamentos que daí surgiram em relação aos tratamentos psicoterápicos psicanalíticos ou comportamentais dirigiam-se ao predomínio do método científico e tecnológico nas práticas clínicas: cabia aqui, neste domínio, a mesma crítica empreendida por Husserl no tocante às diferenças e especificidades dos objetos de estudo das ciências naturais e das ciências humanas. Segundo esta perspectiva, a única possibilidade de se modificar o método de investigação de um dado fenômeno é quando reconhecemos as diferençasde cada objeto de estudo, abandonando a ilusão de se encontrar um método único e absoluto que possa vir a ser aplicado à qualquer dimensão da realidade. Concebendo o ser humano, o seu existir, com suas particularidades, muda-se tanto a atitude diante dele, quanto o tipo de intervenção e análise que venha a se fazer, incluindo aí as teorizações que poderá fazer sobre ele. Assumindo a abordagem fenomenológica do existir como possibilidade privilegiada de compreensão do fenômeno psicológico, destaca-se o ser-no-mundo como a característica básica que irá nortear a atitude clínica.
Se o homem pode ser definido, na sua origem como o ser que é capaz de tomar consciência de sua própria existência (consciência reflexiva) e a partir desta consciência constituir-se como existente, pode-se dizer que o seu ser, aquilo que ele é, em essência está indissoluvelmente ligado ao mundo, é a sua própria existência. Portanto, para o homem o seu existir e a consciência disso são dependentes do mundo. Mundo, aqui, são as significações atribuídas às coisas, tal como surgem para uma dada existência.
Esta compreensão do ser humano fundada no seu existir-no-mundo, revela que os significados atribuídos às experiências possuem duas características básicas: o humor e a compreensão, que são, por assim dizer, o fundamento e as pré-condições de todo conhecimento posterior. No que diz respeito ao humor, encontramo-nos diante do mundo sempre numa dada disposição afetiva e a nossa compreensão é modulada a partir destas tonalidades de afetos (afetos são sinônimos de emoções no sentido fisiológico, mas refere-se ao modo como somos afetados pelo que vem ao nosso encontro). O que se defende é que as nossas análises racionais, os conceitos e as teorias que somos capazes de elaborar originam-se das significações atribuídas no encontro entre consciência e mundo.
Esta compreensão coloca a dimensão racional em segundo plano, submetido ao e dependente do âmbito existencial. Os parâmetros e referenciais “objetivos” fornecidos pelas teorias são um bom norte para o estar-no-mundo, porém não suprimem nem substituem a tarefa de cada um de encontrar um sentido para si e para as coisas que lhe vêm ao encontro.
Os significados atribuídos às experiências vividas, ou em outras palavras, o conhecimento que se adquire nestas experiências são verdades relativas, ouseja, só podem ser consideradas verdades num determinado tempo e num dado espaço. Estes por sua vez, também são interpretados e vividos pelo homem originariamente aquém de suas características objetivas, isto é, cada momento vivido não se restringe aos seus aspectos puramente objetivos, por exemplo, o tempo presente – seja lá que hora do dia ou da noite for – pode estar carregado de vivências passadas ou de expectativas futuras, que permitem a transcendência do tempo cronológico.
A isto se dá o nome de temporalizar: a autoconsciência que se constitui através da experiência interna do tempo, o tempo presente que resgata o que já foi (passado) e gesta o que está por vir (futuro).
O mesmo se dá no tocante ao espaço: não existe uma relação direta de igualdade entre as dimensões objetivas de um espaço e a forma como é a experiência vivida pela consciência reflexiva.
Portanto a perspectiva fenomenológico-existencial – dirigida às vivências e centrada na existência humana –promove uma interrogação e busca compreender a estrutura das relações do sujeito e não mais uma busca do conhecimento objetivado das estruturas do sujeito. Isto significa que:
a) A experiência individual (mesmo a patológica) não deverá ser fragmentada em categorias abstratas; b) Nada é verdadeiro ou real para o sujeito a menos que ele participe e tenha consciência e uma certa relação com a verdade ou realidade em questão; c) O que se torna central é o fenômeno3] que aparece à consciência, a experiência individual e a dinâmica existencial.


3) O homem e seu devir: a angústia de existir

Este modo de trabalhar os fenômenos, re-situando o pensar a partir de questões existenciais, define as relações entre homem e mundo como algo construído ao longo do tempo. Estar-no-mundo para o homem não é algo fixo e imutável, pelo contrário, é a própria experiência da abertura às infinitas possibilidades de significar e representar o mundo, reveladora da liberdade constituinte, originária do existir humano. No entanto, liberdade é liberdade de escolha, ou seja, o homem tomado no seu âmbito existencial não cria seus próprios limites, mas é obrigado a conferir aos limites que lhe são impostos um significado. E dos limites, aquele que delimita radicalmente toda e qualquer escolha é a condição de mortal na qual o homem é lançado no mundo.
A consciência reflexiva e a condição de mortal formam no homem uma combinação muito particular, pois, se à semelhança de todos os outros seres vivos também irá morrer, será a consciência disto que o diferencia radicalmente destes outros. É esta experiência muito particular de ser-para-a-morte, de consciência de sua finitude, de consciência pré- reflexiva de que o sentido de seu ser e das coisas flui e encaminha-se para o seu oposto, a morte enquanto ausência radical de sentido que faz emergir a “fonte” de todos os afetos: a angústia.
Este vazio no qual o homem “nasce” existencialmente, posto que não lhe é dada qualquer garantia ou segurança, a não ser a de que é mortal é, de novo, o que atesta a relatividade das verdades construídas pelo homem acerca dos objetos, do real. Enfim, toda verdade ou representação do real é tão provisória quanto o próprio homem o é. Este hiato entre os significados e as coisas, a sempre presente possibilidade de se romper a trama das significações que constituem e sustentam homem e mundo permite surgir esta vivência muito particular: a angústia, esta experiência de radical rompimento da significabilidade do real, do vazio irrepresentável, porém igualmente constituinte da condição humana, a saber, a sua própria finitude, seuser-para-a-morte.
A angústia, esta lufada que retira do homem todas as certezas é, para Heidegger, a disposição fundante. Se, de um lado, esta experiência pode ser assustadora, é também só a partir dela que se abre a possibilidade de investir, de empenhar-se autenticamente na busca do conhecimento, na tentativa de preencher este vazio e ao mesmo tempo resgatar a re-ligação com o real.
Esta é a liberdade humana: fundada na angústia revela a nossa indigência diante do real, nenhum conceito ou coisa alguma garante a permanência de verdades absolutas, para sempre. Em outras palavras, nenhum saber preenche totalmente este vazio já mencionado. Permanece, enquanto há vida (biológica) a necessidade e ininterrupta tarefa de tentar compreender o sentido (existencial) da vida.


4) A prática terapêutica analítico-existencial ou daseinsanalise

Trata-se, portanto, de tentar instaurar um diálogo entre a perspectiva conceitual e a existencial, sem anular as diferenças e o mérito de cada uma. Tomar, então, por objeto a experiência do sujeito enquanto suscetível de descrição e compreensão de suas estruturas intencionais, o que implica na compreensão da relação homem-mundo.
A preocupação centra-se em como as coisas se passam, pois acredita-se nas infinitas possibilidades da mudança na relação ser-no-mundo, em que mundo não é mais um conjunto de “objetos em si”, mas a significação atribuída a eles. Coloca-se entre parênteses o mundo da ciência e investiga-se a experiência vivida, compreendendo a perturbação em relação ao quadro mais amplo do projeto existencial, ou seja, as relações estabelecidas têm um sentido próprio para cada ser humano, e no âmbito psicoterápico é esta característica que deve ser privilegiada: a busca da compreensão de cada projeto existencial, seu rumo e suas significações.
A atitude solicita uma mobilização pessoal no contato com o outro – o paciente é tomado como referência anterior aos referenciais teóricos. Abrir-se à situação - recuo em relação à reflexão enquanto discussão de idéias. A atitude fenomenológica está marcada pelo deslocamento da crença no conhecimento para a crença no sujeito existente. O existir não pode ser restrito a um processo psíquico (um processo psíquico é uma, e não a única, forma de compreender como um dado ser-no-mundo abarcar o que o rodeia).
A atitude do terapeuta é marcada por uma espontaneidade do ir ao encontro, assim como está atento à espontaneidade do paciente. Resgatando o pré-reflexivo na terapia, procura estimular o sujeito a contatar com a vida, fazê-lo sair de uma apropriação indevida ou inautêntica. As questões que mais de perto afetam qualquer existente, na condição de ser-para-a-morte e que requerem uma atenção especial no trabalho psicoterápico são angústia e culpa.
O próprio existir é o “pelo que” cada angústia se preocupa. Para que o ser humano viva e sobreviva ele necessita estar minimamente seguro e amparado. Porém, nem todo amparo e segurança eliminam a possibilidade de o homem experimentar a angústia, em maior ou menor grau; sempre existe a possibilidade de ser diferente – o inesperado, o tempo futuro e com isto, há aproximação, mais ou menos direta, mais ou menos intensa de uma certeza inerente ao existir humano: a de não-poder-mais-ser. Assim, parece inevitável, diante da certeza pré-reflexiva de que é finito, que todo ser humano tenha durante toda a vida razão suficiente para temer pela sua vida, em ter medo de sua morte e do seu não-poder-mais-ser.
Toda angústia é inerente à vida, é um “dote” do ser-no-mundo, não sendo possível livrar-se disto pela psicoterapia. Mas esta angústia é medo e possibilidade fundante de cuidado e amor à vida – angústia e amor são peso e contra-peso de uma mesma experiência. A confiança, o cuidado e o afeto do terapeuta permitem que o cliente aproxime-se de suas angústias, enfrentando-as em profundidade, possibilitando maior liberdade em suas escolhas, vida e morte compondo uma totalidade a partir da qual as percepções dicotomizadas e distorcidas vão sendo substituídas por uma existência e significados mais autênticos, pois mais próximos de sua condição inalienável de ser-aí (dasein).
Nesse existir, estando lançado no mundo, há a implicação de estar fazendo escolhas – optando por algumas coisas, deixando outras de lado. Só é possível acolher o que vem ao encontro dentro do limite de um dado tempo(ralizar) e espaço. Portanto, existencialmente, está-se sempre em falta, sempre seria possível ter feito diferente, dito sim ao invés de não, assim como a percepção e apreensão do real sempre se dá por perfis – não abarcamos o todo de forma absoluta.
A existência humana é esta abertura que os fenômenos de nosso mundo necessitam para poderem aparecer e ser. A possibilidade de corresponder ou esquivar-se às reivindicações do mundo forma a característica básica da liberdade humana. Culpa (limite) e liberdade são peso e contra-peso de uma mesma experiência. A psicoterapia deveria propiciar este aproximar-se da vivência de culpa, profundamente, colocando o ser-aí diante de seus limites, enfrentando-os, libertando-se de sua carga opressiva.


5) O existencialismo sartreano

Jean-Paul Sartre (1905-1980) estudou a fenomenologia de Husserl e as idéias de Heidegger. Desenvolveu sua filosofia da existência a partir da análise da condição humana segundo a qual: e existência precede a essência, apontando sempre para o absurdo da vida: o homem que toma consciência de sua condição de mortal, de ser marcado pela morte e com a tarefa de dar um sentido a sua existência. A sua essência, o que o homem é não está dado, será construído no seu próprio existir. A consciência é o elemento central da busca de sentido para a sua existência, pois é reveladora tanto do absurdo da vida quanto da existência do outro (lembremos que a consciência como intencionalidade não existe se não no encontro com algo diferente de si mesma). É neste embate com o outro, neste confronto entre duas ou mais liberdades, dois ou mais existentes, que o homem se vê condenado a ser livre: precisa assumir sua liberdade, a falta de sentido prévio para a sua própria existência, vivendo autenticamente seu projeto de vida. Assumir significa seu engajamento com o que faz, a consciência de que é aquilo que faz, é o conjunto de seus atos, em oposição aos papéis sociais que lhe são impostos. A potência do homem está nos seus atos.
O homem carrega consigo o nada, como a consciência da ausência prévia de sentido, tanto das coisas quanto de si mesmo, é o homem quem traz o nada ao mundo, quem o revela e quem, por conseguinte, é livre. Esta sua liberdade é a fonte de sua angústia, e vai tentar refugiar-se da liberdade e da angústia apropriando-se ou fingindo escolher idéias que indiquem que seu destino está traçado, fugindo do dilema radicalmente humano de ser ou não ser, tentando eximir-se da responsabilidade pelos seus atos.
A morte para Sartre não é o supremo projeto humano, pois não significa uma das possibilidades do homem, ao contrário, é aniquiladora de todos os seus projetos, retira o sentido da vida Este modo de pensar, concebido sim como existencialista, posto que se preocupa exclusivamente com o existir humano pode ser apropriado pela psicologia clínica na medida em que permite uma reflexão sobre a condição humana com vistas à conquista de uma consciência e um engajamento do homem em relação às suas escolhas e seus atos, que são o que constituem, por fim sua própria existência.


Referências Bibliográficas:

CRITELLI, Dulce. Analítica do sentido: uma aproximação e interpretação do real de orientação fenomenológica. São Paulo: EDUC: Brasiliense, 1996. CANCELLO, Luiz A. O fio das palavras: um estudo de psicoterapia existencial. São Paulo: Summus, 1991. HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Petrópolis: Vozes, 1980. JAPIASSÚ, Hilton. Dicionário básico de filosofia. - 3 ed. rev. e ampliada. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1996. SARTRE, Jean-Paul. “O existencialismo é um humanismo”. In: Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril S. A. Cultural e Ind., 1973.

 “A natureza é sempre boa, sempre positiva, é uma fonte inesgotável de criações e prazeres; a sociedade pode não ser tão boa, mas nada impede que se torne, e isto dependerá essencialmente da transformação do indivíduo, que nada mais é que a sua autêntica realização, que a atualização infinita do potencial de vida que habita cada sujeito” (Figueiredo, 1991, p. 132).


MÓDULO 7: A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA

Leitura Obrigatória:

- ROSA, E. Z.; ANDRIANI, A. G. P. Psicologia sócio-histórica: uma tentativa de sistematização epistemológica e metodológica. In: KAHHALE, E. M. P. (org.) A Diversidade da Psicologia: Uma Construção Teórica. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. (Capítulo 10).
 Leitura para Aprofundamento:
- FERREIRA, A. A. L. Da psicologia ideológica à psicologia revolucionária: o marxismo na psicologia ocidental. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 22).
- REY,F. L. G. A psicologia soviética: Vigotsky, Rubinstein e as tendências que a caracterizaram até o fim dos anos 1980. In: JACÓ-VILELA, A. M.; FERREIRA, A. A. L.; PORTUGAL, F. T. (orgs.) História da Psicologia: Rumos e Percursos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2013. (Capítulo 21).
Apresentação do tema:



A Contribuição Marxista: O Materialismo Histórico e Dialético.



A Psicologia Sócio-Histórica é uma vertente teórica da Psicologia, cujas proposições ligadas ao conhecimento do homem e de sua subjetividade estão guiadas pela concepção materialista dialética.

Segundo o Dicionário Houaiss MATERIALISMO DIALÉTICO é um conjunto de ideias fundamentadas nos escritos finais de Engels (1820-1895) e transformadas em doutrina sistemática pelos marxistas soviéticos, que busca integrar a reflexão de Marx a respeito da sociedade e de suas transformações – o materialismo histórico – a uma teoria sobre o processo dialético na realidade natural, no pensamento humano, e nas relações entre os seres vivos.
Ainda segundo o Dicionário Houaiss MATERIALISMO HISTÓRICO é uma doutrina formulada nos escritos de Karl Marx (1818-1883), que se propõe a uma compreensão do processo histórico universal fundamentada no labor humano, em sua finalidade de satisfazer as necessidades econômicas da sociedade (alimentação, vestimenta, abrigo etc.), e na luta estabelecida entre as classes sociais pelo controle dos instrumentos e frutos desta produção.
A produção de Karl Marx (1818-1883) está intimamente relacionada ao momento histórico em que viveu e desenvolveu seu pensamento. Assim, sua obra é fortemente determinada pelos acontecimentos políticos, econômicos e históricos em que está inserido, bem como por um forte comprometimento em relação à classe trabalhadora.

Os Primórdios da Psicologia Sócio-Histórica:

A Psicologia Sócio-Histórica Surge no início do século XX, na União Soviética, momento em que esta procurava reconstruir suas teorias científicas a partir do referencial marxista. Destaca-se o nome de Vygotsky (1896-1934), a quem se deve os primeiros passos em direção a esta nova Psicologia, a qual teve como principais seguidores Luria (1902-1977) e Leontiev (1903-1979).
Vygotsky por volta de 1924 mostra-se insatisfeito com as correntes psicológicas, apontando a existência de uma crise mundial na Psicologia, uma vez que suas diversas escolas se dirigiam ora para modelos elementaristas, negando a consciência, ora para modelos subjetivistas, considerando a consciência e os processos interiores desvinculados das condições materiais que os constituíam. Vygotsky procura diluir a oposição mundo interno versus mundo externo com a teoria histórico - cultural.
Vygotsky propõe construir a Psicologia pelos princípios e métodos do MATERIALISMO DIALÉTICO, de modo que sua produção se destinava à descrição e explicação da construção e desenvolvimento do psiquismo e comportamento humano, a partir das funções psicológicas superiores (pensamento, linguagem e consciência), guiando-se pelo princípio da gênese social da consciência.

A Concretização da Psicologia Sócio-Histórica.

A obra de Vygotsky é fortemente marcada pela CONCEPÇÃO MARXISTA de HOMEM e REALIDADE, uma vez que estava guiada pelo princípio de que o
Ser Humano constrói a si mesmo nas relações que estabelece com a realidade, na medida em que:
É determinado por esta realidade.
Atua sobre esta realidade Transforma esta realidade. Os PRESSUPOSTOS para o desenvolvimento da teoria de Vygotsky são:
Crítica a tentativa de compreensão de funções superiores por intermédio da psicologia animal, bem como do desenvolvimento natural humano, segundo o qual estas funções são resultados de um processo de maturação. Ênfase na origem social da linguagem, do pensamento, colocando a cultura como parte do desenvolvimento, e a visão das funções psicológicas como produto da atividade cerebral. De acordo com a teoria marxista, compreende os fenômenos como processos em movimento e mudança. O homem é entendido como um ser que atua sobre a realidade por intermédio de instrumentos, transformando-a e a si próprio. O conhecimento deve apreender, a partir do aparente, as determinações constitutivas do objeto. A origem e a base do movimento individual estão nas condições sociais de vida historicamente formadas. Vygotsky nega qualquer tentativa de explicação referente a uma concepção da natureza humana universal e imutável, a qual necessita apenas aflorar e se desenvolver ao longo da vida do indivíduo.

MÓDULO 8: PSICOLOGIA OU PSICOLOGIAS?



Leitura Obrigatória:



- FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012. ( Capítulo XII).


Leitura para Aprofundamento:

- FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012. (Capítulo II).


Apresentação do tema:

Em uma visão perspectiva, é possível avaliar com mais precisão o que afirmamos, no início do curso, a respeito da diversidade das teorias psicológicas. Como bem coloca Figueiredo (2012), a diversidade é particularmente notável, na medida em que, ao longo do tempo, observa-se “surtos” de interesse por um ou outro enfoque metodológico, um ou outro modelo de compreensão dos problemas humanos.
Vimos, ao apresentar a Psicologia Humanista, que a proposta surgiu no e do contexto americano do pós-guerra, concretizando os ideais de uma sociedade em crise. Atualmente, vemos recrudescer as tentativas de desenvolvimento de uma psicologia de caráter mais biologizante, na esteira dos avanços contemporâneos na área das neurociências e da psicofarmacologia.
Neste sentido, é bastante oportuno reiterar a idéia de que os projetos de Psicologia guardam estreita relação com as condições sociais, econômicas e culturais que os possibilitam e dão sentido e um profundo compromisso com as ideologias em curso em dado momento histórico. Este fato, hoje, mais que nunca, obriga-nos a um esforço reflexivo que, para além dos aspectos puramente epistemológicos, envolvamos em uma avaliação dos compromissos éticos que implicam.

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